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Paris: Guia para aproveitar a cidade – parte 5

Nesse último post sobre Paris dicas de vitrines para babar e também opções “bon marché” (baratas). E começo pelas dicas para não gastar muito:

O que você pode fazer logo de cara para economizar é se hospedar num lugar onde tenha cozinha, como por exemplo um albergue ou alugar um apartamento por lá. Me deram a dica do site Homelidays, onde se pode encontrar boas opções de apartamento com bom preço. A dica é entrar em contato com proprietário e negociar o preço.

E se você tem uma cozinha pode visitar a loja da Picard, que tem TODO tipo de congelado, da entrada a sobremesa.

Não é cara. Para se ter uma ideia, um prato de Hachis Parmentier (escondidinho de purê de batata com carne móida) custa 2 euros.

Você também pode procurar “traiteurs”, ou seja buffets que vendem comida pronta por quilo, basta chegar em casa e esquentar. Aí as nacionalidades vão ser super variadas, vai depender do que tem perto de onde você está.

Sem falar na possibilidade de ir ao supermercado ou mercado e comprar os produtos locais, e também existem boas opções de comidas em lata já prontas. Aconselho o supermercado Dia (o mesmo que tem no Brasil), que tem bom preço e os produtos “marca do supermercado” são bons.

Na França todo supermercado oferece dezenas de opções de pratos prontos: sanduíches, saladas, prato quente que basta por no micro-ondas. E eu, pessoalmente, adoro ir no supermercado aqui, porque tem uma infinidade de opções que aí são super caras e aqui são muito baratas, como por exemplo o queijo camembert que aqui custa entre 1 e 1,50 euro, a depender da marca, e vi que o mesmo queijo aí custa R$13,99 com a metade do peso…

E um detalhe, a rede Monoprix, que tem lojas por toda parte em Paris, costuma ter micro-ondas que podem ser usados para esquentar pratos comprados lá, e também mesinha e cadeiras para sentar e comer. Sim, os franceses também fazem isso, é prático.

E se você economiza de um lado, pode se dar ao luxo fazer algumas extravagâncias como tomar um chá ou comer um doce no famoso Salon de thé  Angélina (226 Rue Rivoli – Paris – 1ere arrondissement).

Eu não entrei porque a fila estava enorme… Mas na próxima entro para experimentar o famoso Mont-Blanc (7,90 euros).

Ou tomar um café (4,60 euros) ou um chocolate quente especial (7,20 euros) no Café de Flore (172, Boulevard Saint Germain – Paris – 6eme arrondissement) que também serve caviar (150 euros por 50 gramas) e foi ponto de encontro de grandes nomes da literatura mundial, como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.

Um outro passeio interessante para os gourmands é a place Madeleine, que tem lojas de trufas, caviar e uma loja da Maille.

Sim, a mostarda é exposta como se fosse caviar. Muito chique!

Sem falar em duas mercearias finas com pequenas delícias caríssimas, como patês, foie gras… A Fauchon (e o site deles não funciona no Chrome) e Hédiard.

Aska: Vale a espera! :)

Um dos lugares que mais gostei de conhecer desde que vim morar em São Paulo foi a Liberdade. Adoro as ruas lotadas, a feirinha recheada de delícias, a decoração das ruas principais, o comércio cheio de badulaques e tranqueiras, os camelôs e, claro, os restaurantes. Ah, sim, nesse quesito a Liberdade nunca me decepcionou – e olha que ainda falta muito a conhecer. Foi lá que ampliei minhas experiências gastronômicas e fiquei apaixonada por um prato em especial: o lamen. E o responsável foi o Aska.

Um dos restaurantes mais antigos e populares do bairro, o Aska fica em uma das principais ruas – a Galvão Bueno – e está sempre lotado, pelo que já li por aí. Escolhi ir com o maridão num domingo, por dois motivos: me disseram que nesse dia os garçons são mais simpáticos e que indo a dois é mais fácil de conseguir um espaço no balcão para comer, sem tanta espera. E funcionou! Esperamos uns 20 minutos (a previsão era de 40) e entramos antes de dois grupos maiores que também esperavam. A tigelinha aí de cima foi minha escolha para prato principal: Shoyu Lamen (caldo de frango com shoyu, nori, naruto, espinafre, bambu, carne e, claro, macarrão) por módicos R$ 12. Acredito que o atendimento nem sempre seja simpático, visto a quantidade de reclamações que já li por aí, mas no dia da minha visita o atendente foi educado, tanto na hora de explicar o cardápio quanto quando eu comecei a arder de tanta pimenta que acrescentei no prato. Cordial, ele me ofereceu água e nem cobrou na conta.

Imperdíveis, os guiozas podem ser degustados em duas versões (R$ 9 cada porção com 6 unidades):  carne com cebola – meu preferido – e carne com legumes. Com recheio suave, eles são cozidos e depois passam por uma chapa só de um lado, ficando bem delicados. Comeria uns 50! O melhor foi o garçom japa que veio nos ensinar como devíamos misturar o vinagre e o shoyu para formar o molho perfeito para o guioza. Mais uma vez, ficamos impressionados com a educação do senhorzinho, que foi atencioso sem que nós nem tenhamos solicitado. Ainda acima, o lamen do Tiago: Tonkotsu Lamen (caldo de porco, sal, nori, bambu, ovo e macarrão) também por R$ 12. Abaixo, as opções de pimentas e outros condimentos para os lamens.

Acima, o molho resultante da mistura que o senhorzinho nos ensinou – e que deixou os guiozas ainda mais gostosos. E quem quiser saber mais sobre outros tipos de lamen e curiosidades sobre o prato, como o Museu do Lamen, pode conferir mais informações num post antigo da Cláudia. A capa do cardápio do Aska vai direto ao ponto, mas a qualidade da comida e o valor da conta fazem valer a visita e a espera. Lembrando que, como outros restaurantes na Liberdade, o Aska só aceita dinheiro ou cheque.

E hoje uma forma diferente de dar o endereço e o telefone do Aska 😉

Caverna Bugre: 61 anos de tradição (e filé alpino)

Sabe aquele lugar simpático pelo qual você passa sempre, mas nunca entra? Assim é o Caverna Bugre. Localizado no subsolo de um prédio que parece residencial, o restaurante tem uma entrada bem discreta e janelas no nível da calçada, bem perto do metrô Clínicas, em São Paulo. Em meio à Teodoro Sampaio, sempre movimentada, e em frente a um ponto de ônibus que vive lotado, a casa oferece um ambiente sossegado, com atendimento cordial e comidinhas realmente muito saborosas (e calóricas!).

De entrada, maridão e eu pedimos os famosos croquetes de carne (1/2 porção por R$ 8,70) com sal de aipo a parte, um tempero preparado na própria casa. Tomei esse cuidado pois havia lido em alguns blogs sobre seu sabor acentuado. Acabei gostando mais do sal do que do croquete, que estava muito muito muito seco – para o meu gosto, claro. Já li sobre pessoas que adoram e outros que detestam os bolinhos. Usei bastante mostarda escura e o sal de aipo para terminar de comer a porção.

Mais famoso que o bolinho é o filé alpino (R$ 67,80 – inteiro – ou R$ 33,90 – meia porção), que praticamente fez a fama da casa e já ganhou até prêmio. Apesar de ser super calórico, achei o prato delicioso, ainda mais combinado com a porção de arroz branco e soltinho, tipo arroz de vó, e com as batatas rústicas que pedimos a parte. Os ingredientes deste filé? Mignon coberto com copa, catupiry e provolone, gratinado em molho tipo inglês, feito com caldo de carne. Bom de verdade e bem servido. Pedimos 1/2 filé e complementamos com 1/2 frango crocante (peito de frango empanado com farinha especial e coberto com molho agridoce e palmito) por R$ 27,50. Dispensamos a sobremesa, porque estamos querendo dar uma maneirada, e ainda assim saímos muitíssimo satisfeitos. Dica: chegue entre 12h e 13h para não pegar fila.

Caverna Bugre
Rua Teodoro Sampaio,  334 – Pinheiros
(11) 3085-6984

Paris: Guia para aproveitar a cidade – parte 4

Uma coisa que eu esqueci de explicar sobre Paris são duas expressões: “sur place”(no lugar) e “emporter” (pra levar). Muitos restaurantes, cafés ou salons de thé (Salão de chá – uma instituição francesa, um lugar onde você toma chá, café, come um bolinho e muitas vezes também serve almoço) vão ter preços diferentes (sempre mais barato, é claro) caso você leve a comida para comer em casa/hotel.

Outra informação útil, na maioria dos restaurantes não se cobra taxa de serviço (os famosos 10%), na verdade o valor do serviço está incluso no preço que a gente vê nas placas ou no menu do restaurante (sempre exposto do lado de fora). Por isso também a diferença entre os preços “sur place” e “à emporter”.

E a lista de lugares bacanas para comer ou ao menos olhar a vitrine em Paris continua:

Deux moulins

15 rue lepic – Paris – 18eme arrondissement

Quem nunca assistiu “Amélie Poulain” que atire o primeiro croissant. Fomos ao Deux Moulins apenas para conferir de perto o espaço onde foi filmado esse filme que dá muita vontade de conhecer Paris.

E não é um lugar caro, à noite até às 22h os drinks têm desconto (e os nomes dos drinks são muito divertidos!) e mesmo os pratos têm um preço aceitável (12 euros pelo steak-salada-fritas) por ser um ponto turístico.

Pistacherie

67 rue Rambuteau – Paris – 4 eme arrondissement

A Pistacherie foi uma surpresa agradável no caminho para o Centre Georges Pompidou. Eles têm todo tipo de nozes, vendem por quilo e também tem essas embalagens muito bonitinhas.

Experimentei uma amêndoa defumada, era realmente diferente. Para quem gosta de petiscos para acompanhar a cerveja vale super a pena.

E no Centro Georges Pompidou  é possível ver a cidade de cima subindo por suas escadas rolantes externas.

No terraço do 6º andar desse espaço cultural há um restaurante, mas era totalmente fora do meu orçamento.

Falafel

No bairro do Marais você vai encontrar casas tradicionais de falafel (bolinho feito de grão de bico frito servido num pão sírio com bastante salada dentro também), e também existem vários Maoz espalhados pela cidade. É um meio leve e barato de se alimentar.

Eu não lembrei de tirar a foto do lanche e só depois descobri que é uma rede americana, o detalhe é que fui levada ao Maoz da foto por uma americana =P

Starbucks

Por todos os lados em Paris se vê uma loja da Starbucks, a impressão que se tem é eles dominaram a cidade.  Eu não acho que vale a visita, afinal não é um estabelecimento francês, mas pode ser uma opção, porque nas boulangeries (padarias) francesas nem sempre são servidos cafés, e quase nunca existem mesas, então é entrar, pegar o croissant e sair.

Já no Starbucks você pode sentar, usar o wifi, tomar o café em paz. E eu experimentei o chocolate viennois (3,60 euros) e tava muito bom e num outro dia tentei o cappuccino numa padaria e me arrependi…

Mas se você quer mesmo ir numa padaria francesa para tomar um café com croissant, sugiro algumas redes que têm lojas pela cidade, algumas delas com “espaço cliente” e aquelas diferenças de preço para comer sentadinho dentro da loja que já expliquei no início do post. São as redes Paul , La mie câline e Brioche dorée e você não vai ter dificuldade em encontrá-las pela cidade.

Biscuiterie de Montmartre

16 Rue Norvins – Paris – 18 eme arrondissement

Um dos melhores lugares para comprar um presentinho, eu não só comprei porque ainda demoro para voltar ao Brasil. Lá tem biscoitos amanteigados, que vem em  latas de biscoito lindas – com fotos da Basílica de Montmartre, e também macarons e caramelos.

E próximo da Biscuiterie está a Place du tertre, onde  você encontra muita agitação; tem vários restaurantes, lojinhas de souvenirs, artistas que desenham os turistas, uma galeria em que pode ver quadros do Dali de graça, tudo isso ao lado da Basílica de Montmartre.

Paris: Guia para aproveitar a cidade – parte 3

Alguns dos lugares que fui, são imperdíveis, não dá pra ir à Paris sem visitá-los.

Bertillon

31 rue Saint-Louis-en-l’île – Paris – 4eme arrondissement

Se você vai à Paris, não vai deixar de visitar a Catedral de Notre Dame, certo? Então ande mais um pouco, saia da Ile de la Cité e vá até a Ile Saint Louis e prove os sorvetes Bertillon.

Pessoalmente eu acho que o sorvete na França é caro, uma bola custa no mínimo 2 euros (sendo que o McFlury custa 2,60). Mas o sorvete Bertillon vale cada centavo dos 2,50 que você vai pagar.

Eu experimentei o sabor Chocolat du mendiant, que vem com nozes e algumas frutas cristalizadas. Uma delícia!

Lenôtre

91 Avenue du Général Leclerc – Paris – 14eme arrondissement

Pense num lugar fino. O Lenôtre é ainda mais fino do que isso. No “Lenôtre” que fica no 14eme você pode comprar salgados e doces lindos e deliciosos.

Eu experimentei um opéra (5,90) que é um doce que tem como base o chocolate e o café. Sublime. E essa vitrine faz a gente querer comprar tudo, não é?

Você também pode comprar chocolates da marca:

Un dimanche à Paris

4-6-8, Cour du commerce Saint André – Paris – 6eme

Uma chocolateria muito mimosa em Saint Germain de Près, que tem ao lado também um restaurante é a  “Un dimanche à Paris”, um espetáculo para os olhos, apesar de  num geral ser cara. Comprei um mini chocolatinho e estava muito gostoso. Passe ao menos para olhar a vitrine. =)

E ao andar pela cidade você vai topar com milhares de chocolaterias, uma mais linda que a outra, então escolha uma, entre e se dê o prazer de comprar algo para si mesmo ou um presente para alguém querido.

Padaria da Esquina

Eu me hospedei perto de duas boas padarias, numa experimentei os macarrons e uma torta de maça, e na outra uma tortinha de chocolate com laranja. Tudo uma delícia.

Cada um custou 0,65 e comprei de baunilha, caramelo, pistache e chocolate.

Tarte Abbesses - casquinha de chocolate com recheio de ganache e ganache com laranja. (2,90)

Uma dica que eu dou é visitar a padaria perto de onde você estiver hospedado e experimentar o que lhe parecer gostoso. A grande vedete da França é a padaria (boulangerie em francês) que muitas vezes também é “patisserie” (doceria). Isso porque o pão é o alimento mais importante para o francês, eles comem tudo com pão.

Você encontrará vários tipos de pões, bolinhos, croissants, sanduíches e sobremesas. Você vai pagar barato nos doces e pode levar croissants e pães para fazer um lanchinho.

E a primeira coisa que comi lá foi um briochette, e esse é o gosto de Paris pra mim, macio, fofinho, pequeno e com um toque de manteiga.

A Baguete

Experimente comprar uma, sair da padaria segurando sua baguete por apenas um pequeno pedaço de papel, e você se sentirá realmente na França. E pode haver muita diferença entre os tipos de baguetes e entre as padarias,e para o francês a boa baguete é crocante por fora e macia por dentro.

Essa da foto é da padaria “Au levain d’Antan” (fica próxima do metro Abbesses) que ganhou até prêmio. Eu recomendo.

E a lista continua…