Archive of ‘aventuras gastronômicas’ category

O Mercado: E aí, comeu?

Nós não. Mas fomos, claro. Pretendíamos chegar mais cedo, por volta de 23h, para tentar pegar a fila no início, já que as portas de O Mercado seriam abertas à meia-noite. A ideia era para amenizar um problema que todos já sabiam que ocorreria, inclusive os próprios organizadores: a previsão inicial de 500 pessoas seria batida com facilidade. Infelizmente, tivemos um compromisso antes e chegamos quando os portões foram abertos e já havia cerca de 2 mil pessoas numa fila interminável. Isso porque a entrada no espaço foi controlada por seguranças, que fechavam o portão a fim de evitar que a lotação máxima fosse atingida. A medida funcionou no sentido de fazer com que o evento ocorresse sem problemas, mas deixou muita gente de fora. Como nós.

Na foto acima, nossa chegada ao meio da fila. Fomos andando paralelamente às pessoas que já esperavam a horas e aproveitavam para matar a sede na Frutaria Paulista – que não foi a única a faturar com o evento. Tinha gente indo (como nós) e vindo (do time dos que já haviam desistido), carros emparelhados com a filona e muitas pessoas aglomeradas na Praça que tem quase em frente e também em rodinhas de papo próximo à entrada.

Conversamos rapidamente com algumas pessoas da fila e um casal – que estava a poucos passos da entrada – disse que chegou às 22h30 para conseguir chegar tão perto do portão duas horas depois. Segundo eles, a aglomeração já passava dos limites da Frutaria quando eles chegaram, ou seja, vai saber que horas as primeiras pessoas chegaram?! O pipoqueiro Luan é que se deu bem: de acordo com o vendedor, em sete anos trabalhando na região ele nunca viu algo assim nas redondezas. “Parece entrada de show de rock”, brincou, para depois perguntar porque afinal tinha tanta gente lá. Espantado com a iniciativa da feira gastronômica, ele parece estar bem feliz de tantas pessoas famintas estarem por ali. Tanto que a pipoca pequena passou a custar R$ 5 e a grande, R$ 8 (lei da oferta e da procura, claro).

Acabamos nossa noite na Galeria dos Pães com a certeza de que se a feira tinha a intenção de movimentar a noite paulistana, o objetivo foi alcançado. Quem não conseguiu entrar, acabou fugindo para as padarias, as cafeterias, as hamburguerias e as biroscas próximas a fim de matar quem os estava matando – a fome. Com isso, as pessoas que não sabem onde ir na madruga puderam acompanhar pelo Foursquare onde os coleguinhas foram se refugiar da garoa fina que insistiu em cair logo após a virada do domingo. Uma funcionária da Galeria dos Pães, por exemplo, que nem é tão próxima do local, disse que eles não esperavam tanto movimento e que a casa sempre fica cheia aos sábados, mas que a lotação estava maior naquela noite.

Que venham outros “O Mercado”, em lugares maiores, para que possamos escrever sobre as comidinhas gourmet no próximo post 😉 Para quem quiser saber se o evento foi bom, o Lorençato contou em seu blog. E não esqueçam: também vai ter evento gourmet na Virada Cultural! \o/

Novidade em SP: Maria Escaleira

Apesar de (ainda) não ter viajado para o Leste Europeu, fiquei bem empolgada em conhecer o novo restaurante Maria Escaleira, inaugurado há cerca de dois meses, em Pinheiros. Os pratos tem inspiração húngara/polonesa, com adaptações à culinária brasileira, e a cozinha é comandada pelo chef Andrzej Wica e a administração é de sua esposa Vanessa Medrado Wica. No saldo geral, gostei da casa, de ambiente simples, e seu cardápio enxuto, saboroso e com bom custo-benefício.

De entrada, maridão e eu escolhemos a 1/2 porção de Pierogi (R$ 16,90), ravioli polonês com queijo branco e creme de batata com ervas servido com bacon crocante. Gostei bastante do sabor suave da massa delicada, recheada com precisão, mas fiquei com vontade mesmo foi de experimentar o Langos bread (R$ 16,90), pão húngaro servido com geleia de cebola roxa e creme de queijo de alho. Como eu já tinha lido que os pratos eram bem servidos, preferi não pedir uma segunda entrada e aguardar a vontade para uma próxima oportunidade.

Como prato principal, escolhi o Strogonoff Maria Escaleira (R$ 26.90), que é servido com arroz branco e purê de batata ao gergelim. Curti o sabor de comida bem temperada, mas sem excesso de sal. Não sobrou nada para contar história. Já o maridão foi de Leczo (Paprikás Krumpli – R$ 24.90), um prato de pimentões cozidos com linguiça picante, também servidos com purê de batata ao gergelim e arroz branco. Apesar de gostoso, achei enjoativo, pois o pimentão mascarou totalmente o sabor da linguiça. Gostei bem mais da sobremesa: o Bolo Girassol (R$ 14) é feito com pão de ló preto recheado com creme de girassol e cobertura de chocolate, uma mistura de sabores que me agradou em cheio. O espresso (R$ 3,50) do Café do Centro finalizou bem a refeição e me deixou com a certeza de que quero voltar e explorar mais essa culinária.

Maria Escaleira
Rua Cônego Eugênio Leite, 1055, Pinheiros – São Paulo
Telefone: (11) 2364-9913

PF do dia: Bar do Biú

Comer bem por 12 pilas? Em São Paulo? E ainda dividir o prato de tão farto? Pois foi isso que aconteceu comigo ao pedir o PF do Bar do Biú. Tudo começou com uma saladinha deliciosa, simples e na medida. Alface, tomate, cebola, legumes cozidos e ervas frescas. Nem precisou de azeite ou vinagre para ficar interessante. Entre as diversas opções de carne, fomos de pernil, que foi muito bem recomendada por um amigo (a gente costuma receber umas sugestões bem bacanas).

A experiência serviu para três coisas: saber o que o amigo não era da onça, que o pernil é mesmo maravilhoso e que a comida da dona Edy é boa mesmo quando não é “regional” – como é o caso de pratos como o baião-de-dois e a vaquejada. Meus amigos, o pernil é de se fartar de tão gostoso. Que tempero! E sem excesso de sal, tudo na medida para (quase) qualquer paladar. Os acompanhamentos? Feijão, arroz, farofa (campeã) e a salada já citada. Tudo sem miserê para sair rolando feliz da vida de volta para o trabalho \o/

Bar do Biú
Rua Cardeal Arcoverde, 776 – Pinheiros – São Paulo
Tel: (11) 3081-6739

Menu executivo: Aguzzo Cucina e Vino

Quer comer bem sem gastar tanto? Além do especial PF do Dia, que estamos fazendo esta semana no blog, também demos início a uma busca pelos melhores menus executivos de São Paulo. Por isso, no mínimo uma vez por semana, traremos alguma dica de menu completo (entrada, prato e, em alguns casos, couvert e/ou sobremesa), seja de lugares conhecidos, seja de restaurantes mais caros e que podem ser alternativas para almoços de negócios mais gourmet. E o meu escolhido esta semana foi o Aguzzo, que fica em Pinheiros, numa rua tranquila e bem próxima à Teodoro Sampaio e à Faria Lima. E lá encontramos um menu executivo gostoso, mas caro para se comer sempre. Uma prova disso é que vários clientes falavam em outras línguas a nossa volta, mostrando a vocação de fato “executiva” do horário.

Entre os pontos positivos, destaco a grande quantidade de opções do cardápio, que muda semanalmente, e o atendimento impecável. Entre os três tipos de entrada, fui de polenta fresca com ragu de calabresa e rúcula, no ponto certo para abrir meu apetite sem tirar minha fome. O marido foi de sopa de abóbora, bem saborosa também. No prato principal, ele se deu melhor que eu: escolheu o peixe do dia (linguado) com purê. Apesar da excelente qualidade da comida, a refeição não é farta, e só compensa pelo fato de ter entrada, prato e sobremesa. Eu fui de vitelo com legumes grelhados e polenta cremosa, uma combinação ok, mas que careceu de um toque especial. No total eram seis opções de pratos, para todos os gostos.

De sobremesa, (ficarei devendo as fotos) o marido escolheu sorvete de creme e eu uma tortinha bem sem graça. A terceira opção era… fruta do dia. No fim das contas, cada menu executivo custou R$ 49,90, e o valor final da refeição pulou para 150 reais, incluindo aí o couvert (foto abaixo – R$ 9 por pessoa) e bebidas (uma água e dois refrigerantes). Veredicto: não vale a pena como menu executivo para quem procura comer bem pagando menos do que pagaria num dia normal da casa. Pelo tanto que recomendaram o parmegiana deles, por exemplo, vale mais ir lá para provar o prato (que vem com macarrão) do que para “aproveitar” o valor do executivo.

Aguzzo Cucina e Vino
Rua Simão Alvares, 325 Pinheiros – São Paulo
Telefone: (11) 3083-7363

PF do dia: Bar do Betinho

Em homenagem ao famoso, querido e amado salve-salve prato feito de todos os dias, decidimos publicar, por uma semana, dicas diárias de algumas boas opções em São Paulo. O PF, além do usual ótimo custo-benefício, que ajuda no orçamento mensal, também pode ser uma forma de conhecermos melhor um restaurante. Ou bar, como no caso do Bar do Betinho. Afinal, não é só de pratos caros e chefs estrelados que vive a gastronomia, certo? E a gente curte um “pé sujo” (sem tom pejorativo, por favor) tanto quanto gostamos de ir em lugares badalados ou tradicionais.

Localizado na Vila Madalena, na esquina entre as ruas Wizard e Girassol, o Bar do Betinho é conhecido por sua feijoada (quartas-feiras e sábados), mas também oferece PFs de respeito nos outros dias da semana. Fui experimentar o parmegiana de carne com duas amigas e pude conferir a qualidade do rango. Chegamos tarde, já perto das 14h, e o local estava vazio. Nem por isso os atendentes foram menos solícitos: anotaram rapidamente nossos pedidos (todas pediram parmegiana), trouxeram a salada de entrada prontamente e não fizeram corpo mole em nenhum momento. Uma simpatia, aliás, que se repetiu no caixa, na hora de pagarmos a conta.

A casa faz 60 anos em 2012 (foi fundada em 1952) e desejamos vida longa ao bar, que serve comida de qualidade em qualquer hora do dia. O PF de parmegiana custou R$ 18,90 e, além da salada de entrada, tem arroz soltinho, fritas bem saborosas e um filezão a parmegiana que daria facilmente para dois cablocos dividirem. E para quem curte peixe às sextas, #ficadica: o Bar do Betinho tem salmão com molho de maracujá como prato do dia.

Bar do Betinho
Rua Wizard, 261 – Vila Madalena – SP
Telefone: (11) 3813-4037
Funcionamento: Segunda a sexta de 9h às 17h