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SPRW: La Vecchia Cucina

(*) por Célia Regina Bocci da Silva – comentarista convidada

Nossa escolha desta vez foi o La Vecchia Cucina, também reservado pelo serviço de concièrge da MasterCard. Porque escolhemos este? No ano passado, fomos no La Pasta Gialla e gostamos. E o La Vecchia Cucina é do mesmo dono (Sérgio Arno) e já foi escolhido por diversas vezes como melhor restaurante italiano de São Paulo por alguns veículos de imprensa, como a Veja São Paulo. Como ainda não conhecíamos e tinha um menu bacana… Enfim, a curiosidade era grande.


A reserva era para as 22h, mas chegamos mais cedo (esta é uma “regra” nossa que temos seguido em todos os restaurantes em que fazemos reserva: sempre chegamos um pouco antes do horário marcado, e tem funcionado bem até agora) e fomos prontamente conduzidos à mesa. O restaurante é bem bonito, tem três grandes salões bem decorados, piano ao vivo, espaço bom entre as mesas que permite boa circulação dos clientes e garçons, sem atropelos. No cardápio para a SPRW constam duas entradas, e pensamos que tivéssemos que escolher entre uma e outra, mas não: o restaurante estava oferecendo as duas. Ponto positivo. A primeira era Mini Brusqueta com Vitelo Tonné, Creme de Mandioquinha com Camarão no Vapor, Brie empanado com Mostarda de Cremona (foto acima). O vitelo estava muito saboroso, e a mostarda era suave, acompanhando bem o queijo. A segunda foi o Tagliatelle ao Ragú de Vitelo e Mozzarela de Búfala (abaixo). O tagliatelle estava al dente, no ponto mesmo, e o ragu, delicioso. No site da SPRW, este último prato consta como prato principal, mas no cardápio impresso, consta como entrada.

Para minha surpresa, o namorado (ele não é fã número 1 de frango) escolheu como prato principal Frango ao Curry e Mango Chutney com Arroz de Coco e castanhas do Pará, e foi só elogios. Provei e entendi: o frango estava sensacional, com sabor marcante, levemente apimentado, e o arroz de coco era suave, numa combinação surpreendente. Escolhi a Posta de Peixe em Crosta de Arroz Negro ao Molho de Frutas Tropicais e Gengibre, e Purê de Wassabi, e também não me decepcionei. Nunca havia provado o wassabi na forma de purê, e me surpreendi com o sabor, que casava perfeitamente com o peixe.



Para sobremesa, não havia opções: o prato único era o Crepe de Baba de Moça e calda de creme de avelã. A baba de moça e a calda de chocolate estavam muito bons, pena que o crepe era tão pequeno… Fomos bem atendidos. Não houve correria dos garçons para trazer os pratos, a conta foi trazida sem demora. O couvert, a R$ 16 por pessoa, é um dos mais altos dos restaurantes que fomos nesta etapa da SPRW. E um suco de tangerina sai por R$ 12, o que realmente não é barato para um suco de polpa. Os dois reais destinados à Associação Monte Azul foram incluídos na conta total. E não havia a explicação da destinação da nota sem o CPF para o Instituto Ayrton Senna.

La Vecchia Cucina
Rua Pedroso Alvarenga , 1088 – Hotel Transamérica Victória Place, Itaim Bibi, São Paulo
Telefone: (11) 3079-4042

Tia Nê

Apesar de falarmos de todo tipo de gastronomia aqui no blog – do pastel da Liberdade e da coxinha do Praça Cheese até o couvert do Dalva e Dito aos menus do SPRW – nossa referência de comida boa mesmo é familiar. E não somos as únicas: muita gente tem por perto uma avó que cozinha bem, um prato especial da mãe que imbatível ou um tia que é a rainha do fogão. No meu caso, minhas melhores lembranças são os doces da Tia Soraya (principalmente, como está no perfil aqui do lado, o bolo de brigadeiro) e as comidas de domingo do meu pai. Macarronada, picanha no forno com alho, pão italiano, sorvete… eu tenho a quem puxar nesse meu gosto por cozinhar (e comer).

Mas, esse post nasceu para falar sobre a Tia Nê, essa figura fofuxa da foto acima. Não dá vontade de levar ela para casa? Infelizmente não posso fazer isso porque ela é tia da Cláudia, tem filhos e mora longe. Eu já tinha lido no perfil da Cláudia que ela adora o “macarrão da tia Nê” (além do arroz com feijão da mamãe, claro) e acabei conhecendo seus quitutes em um churrasco na chácara Midori! Na imagem, ela segura uma travessa de nhoque com molho bolonhesa improvisado ali na hora, com o que tinha a mão, e que estava delicioso, derretendo na boca, com molho equilibrado… uma coisa!

Além de fofa, simpática e amável, a tia Nê é rápida e precisa na cozinha, e ainda adora assistir programas de culinária, anotar receitas e depois testá-las, sempre dando seu toque pessoal. Durante o churrasco, ela fez bolinhos de bacalhau e salgadinhos, ajudou com o pernil (com pururuca), fritou pastéis… tudo como se nada desse muito trabalho e fosse fácil no fim das contas. Acabei trocando figurinhas com ela, fotografei algumas receitas para testar em casa (vocês não imaginam o caderninho que ela tem!) e, claro, comi todas as suas delícias. Dessas, só vou compartilhar aqui – por enquanto – a massa de salgadinho rápida. As demais vou tentar fazer e posto por aqui.

E como imagens falam mais do que mil palavras:

SPRW: Bargaço


Já tinha ouvido falar muito bem do Bargaço, mas sempre que elogiavam o restaurante, o comentário vinha seguido por um “mas é caro…”. Por isso, decidi colocar o local em minha lista do SPRW e aproveitei a visita dos meus pais para que eles também pudessem opinar sobre a refeição. Afinal, nada melhor do que levar uma baiana, como minha mãe, para experimentar quitutes nordestinos de um restaurante tipicamente baiano. Começamos com bolinhos de bacalhau de entrada, com direito a duas unidades para cada. Apesar de pequenino, o quitute tinha bacalhau de verdade, o que foi uma surpresa para lá de positiva. A outra opção do SPRW era mini-acarajé.

O serviço não foi tão bacana – apesar de no final termos batido um papo com um garçom cearense – pois houve uma pressão chata logo que sentamos para que pedíssemos (chegamos 15h30 e o restaurante só fecha 17h aos sábados) e os atendentes, no geral, pareciam desatentos. A conta foi entregue duas vezes (oi?) e a nota demorou 15 minutos no final. Pelo menos a contribuição para caridade não foi incluída na conta, o que acho pavoroso. Abaixo, o bobó de camarão da minha mãe e a moqueca de peixe que pedi  – maridão e meu pai foram na minha também. As porções individuais são apresentadas em panelas com molho borbulento e cheiroso, com aquele aroma de dendê de qualidade. O peixe usado é o saint peter. Apesar de eu preferir cação, estava delicioso e muito bem servido.

A parte, o prato tem ainda arroz branco soltinho (tipicamente nordestino, com quase nada de tempero para não pesar com as carnes), farinha amarela e pirão de peixe. Mais abaixo, um pouco da moqueca com os acompanhamentos prontos para serem devorados. Para dar conta de tudo, enchi dois pratos e ainda sobrou pirão e farinha. O melhor é que, apesar de aparentemente ser uma comida pesada, nós quatro saímos muito bem do restaurante e ainda caminhamos por uma hora na Oscar Freire. E ninguém teve “revertério”, nem o maridão nada acostumado com este tipo de iguaria. Também adorei que os pratos são muito parecidos com as fotos divulgadas pelo SPRW. Nada mais decepcionante do que chegar no local escolhido e se deparar com algo diferente do imaginado.

A sobremesa, escolhemos a cocada preta, estava boa, mas ainda bem que veio pouco, pois era muuuuuuuuuuito doce. No fim das contas, a porção estava correta, senão seria complicado comer tudo. As outras opções eram doce de abóbora com coco ou goiabada cremosa. Acabamos complementando o espaço do doce lá no Bacio di Latte, com sorvetes de gianduia e nutella.

Segundo informações do restaurante, o proprietário é o pernambucano Leonel Evaristo da Rocha já foi vendedor de frutas e de jornais, camelô, balconista, borracheiro, lavador de pratos, garçom, balconista e cozinheiro antes de abri o primeiro Bargaço, em 1971. Hoje são 7 restaurantes, um deles na Oscar Freire (SP). Uma história de vida vencedora que deu origem a uma culinária com tempero nordestino original e delicioso.

Bargaço
Rua Oscar Freire, 1189 – Cerqueira César – São Paulo
Tel: (11) 3082-2626 / 3085-5058

SPRW: El Patio

O restaurante acomoda bem 60 pessoas, num ambiente com luz baixa e iluminado por velas nas mesas, na pacata ou charmosa rua Normandia, em Moema. A casa, aberta em 2004, tem o cardápio inspirado na cozinha mediterrânea e pratos da cozinha espanhola.

O jantar na última quinta-feira, começou com a salada El Patio: folhas variadas, queijo brie, amêndoas torradas e jamón serrano, que veio sem tempero. Não sei se isso foi bom ou não. Na primeira garfada veio a decepção, pensei que seria surpreendida por uma mistura de sabores, mas foi um azeitinho com um pouco de sal que temperou e não desfez a decepção.

Nesta edição resolvi dar uma olhada no menu fixo e checar o preço das comidinhas fora do São Paulo Restaurant Week. A salada custa 31 reais, quase o valor do menu SPRW no almoço.

O namorado foi de creme de mandioquinha com queijo brie, que não está no menu fixo da casa. Me arrependi de ter escolhido a saladinha sem tempero…

Os dois pratos principais também não figuram no cardápio fixo, mas bem que poderiam. A truta grillié com risoto de jamón estava delicioso. Pediria para repetir se pudesse. O respectivo, bom carnívoro que é, pediu o Filé mignon na mostarda Dijon com batata selvagem.

Fiquei na dúvida se pedia a carne ou não, mas o arroz sempre vence. Como boa neta de japas que sou, nunca dispenso uma porção de arroz, principalmente se for quente.

Não provei nem um teco da carne, mas o namorado aprovou. Embora a primeira impressão era de que não ia sustentar pelo resto da noite, terminou o jantar dizendo que  a carne era equivalente a três bifes.

Antes de falar das sobremesas, um parênteses para o atendimento. Havia apenas dois casais quando chegamos, umas 20h, e muitas mesas livres. O garçom que fez os primeiros pedidos demonstrava que estava bem de saco cheio, fez cara feia quando recusamos o couvert e de morou para trazer o menu do São Paulo Restaurant Week. O segundo atendente foi bem mais atencioso.

Todos os pratos demoraram para chegar. Como a casa estava vazia, a única justificativa que restou foi a beleza e o preparo dos pratos. Todos chegaram com a aparência impecável, até mesmo a salada sem tempero.

Quando o Trufado de chocolate meio amargo com calda de frutas vermelhas foi colocado na mesa achei que tinha feito a escolha errada. O namorado estava fotografando o prato bem montado – agora ele também é um gastrochato – quando dei a primeira garfada e abri um sorriso. A minha sobremesa era mais gostosa! O creme catalana, 12 reais no menu fixo, chegou morno, cremoso e caramelado na medida certa, o suficiente para ter um pedacinho crocante para misturar com o creme.

E as bebidas? As cervejas Setlla e Cerpa custaram 8,50 reais cada. O suco natural de laranja saiu por 5,75 reais. O café foi bem salgado, mas acompanhado de um bolinho de chocolate bem gostoso, custou 4,50 reais cada. Total: R$ 131,45. Se fôssemos fora do SPRW, só a salada e o creme custaria 43 reais, ou seja, compensa aproveitar o menu do El Patio.

Para se ter ideia dos valores dos pratos da casa, anotei três que fiquei com vontade de provar: fetuccine com camarão e tomate fresco ao alho e manjericão (38 reais),  paella Valenciana (52  reais por pessoa) e paella Marinera (65 reais por pessoa).

Obs: Provamos o menu do jantar, que é diferente, apenas os pratos principais, do almoço.

El Patio
Rua Normandia, 12, Moema, São Paulo
Telefone: 11 5536-0490

SPRW: AK Vila

Depois da primeira visita, voltei ao AK Vila na expectativa de ter uma experiência gastronômica mais bacana. Para isso, escolhi o cardápio do SPRW, uma oportunidade que os restaurantes tem de mostrar um pouco do que há de melhor na casa. Depois de ser recepcionada pela chef Andrea Kaufmann,  que gentilmente comentou no último post me convidando a checar que a cozinha não usa microondas (o que verifiquei ser verdade na área de finalização), sentei com três amigas para começar a refeição. Fui de croquetes de pato com geléia picante enquanto duas de minhas acompanhantes escolheram a berinjela chamuscada com tahine e tomates temperados.

As berinjelas chegaram impecáveis, bem montadas, temperadas e consistentes. Já o bolinho de pato, que estava com fritura correta, sequinha, e bem recheado, só me incomodou pelo fato de ser bem picante – mesmo sem o molho doce e picante que o acompanhava. Acredito que seria interessante que essa informação fosse apontada no cardápio, tanto do SPRW quanto no tradicional da casa, já que os bolinhos estão entre as opções de entrada regulares. De prato principal, escolhi o ragú de lingüiça picante, com polenta rústica e salada de ervas frescas. Uma combinação bem agradável, com polenta deliciosa e molho com quase nenhuma picância. Acabei não sentindo falta por conta da pimenta da entrada. Uma de minhas amigas provou o spaguettini com pesto de manjericão,com cabeça de lulas provençais, e não ouvi reclamações.

Apesar de, desta vez, ter gostado da entrada e do prato, novamente foi a sobremesa que deixou as melhores lembranças. Enquanto duas amigas escolheram a taça merengue de morangos e calda de Mirtillo – com direito a várias expressões de satisfação – eu fui de torta mousse de chocolate, praliné de nozes e caramelo salgado. Combinação perfeita! Um bálsamo para adoradores de chocolate, como eu.

O balanço da segunda visita: fiquei bem mais contente com os pratos (recomendo a polenta com ragú, para quem for visitar o restaurante), adorei novamente a sobremesa – quase pedi um pudim antes de sair – mas continuo achando que o serviço é um problema que preciso ser resolvido. Recebemos caras feias de dois garçons diferentes, por motivos distintos e bobos. Primeiro porque solicitamos a troca do pedido de um refrigerante por vinho – ele disse que ia checar se poderia cancelar. E depois porque pedimos mais um copo para a água mineral, que custou R$ 4. O pior, no entanto, foi na hora de pedir para fechar o pedido: foi preciso, literalmente, gritar pelo garçom para que trouxesse os cafés e a conta, já que havia dois conversando ao lado do bar, de lado para a nossa mesa. E havia apenas três mesas ocupadas nesse momento. Uma desatenção que não combina com o lugar.

AK Vila
Rua Fradique Coutinho, 1240, Vila Madalena
Tel: (11) 3231-4496