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Chá – bebida de todos os momentos

Na França, cada vez mais as pessoas bebem chá e de todos os tipos: chá preto, verde, com notas florais e chá de ervas. E existem tanto casas que servem chá (Salon de thé) como uma grande variedade para se comprar nos supermercados e também em lojas especializadas.

Meu primeiro estranhamento foi ver que na maioria dos Salons de thé o chá custa mais caro do que o café, mas depois entendi que na maioria das vezes são misturas importadas (da China, India, África…) com sabores muito sutis,  o que justifica o preço.

Experimentei o chá preto (um exemplo: English Breakfast) pela primeira vez num albergue em Paris, pelas mãos de uma canadense de origem chinesa, e adorei, basta por um pouco de leite e açúcar que fica uma delícia. É ideal pra tomar pela manhã pois tem uma grande quantidade de cafeína.

Aí fui aumentando minha coleçãozinha de chás: chá preto pra tomar de manhã, chá de ervas (conhecido como tisane na França) pra tomar antes de dormir…

E comprei recentemente um numa casa especializada que é muito gostoso, o Chá dos Monges (Thé des Moines):

Comprei-o no Palais des Thé, a caixinha com 20 saquinhos custou 7,50 euros e também a opção de comprar por grama (7,50 euros – 100g) ou em lindas latinhas. Comparado ao sachets de chá de supermercado esse é mesmo um luxo, feito de algodão e com uma grande quantidade de ervas super perfumadas dentro, a diferença se vê no preço também, porque os outros que comprei no supermercado custaram em média 2 euros também com 20 saquinhos.

O chá dos monges é uma mistura de chá preto, chá verde e notas florais, que tem sua receita guardada em segredo. Pode ser bebido durante o dia inteiro e é uma delícia, sem falar que o chá traz muitos benefícios para saúde. =)

No Brasil existem algumas opções desses tipos de chá – a Claudia escreveu um post sobre chá faz pouco tempo – mas é tudo bem caro… E ótima ideia é plantar a erva que você gosta num vasinho e preparar o chá com as folhas frescas.

Navettes de Marseille

O Four des Navettes é uma padaria francesa fundada em 1781 e que fabrica as mais tradicionais Navettes da cidade.

A palavra Navette significa lançadeira, instrumento usado para tecer os fios num tear, ou um pequeno barco, mas hoje em dia tem muitos outros significados, como por exemplo a “navette aéroport” ônibus que faz o trajeto entre a cidade e o aeroporto. E existe uma grande tradição de fazer biscoitos com esta forma.

A origem do biscoito está associada à festa da Chandeleur – comemorada no dia 02 de fevereiro, simboliza o momento em que  Jesus é levado ao Templo –  na maior parte da França a tradição é fazer crepes neste dia, mas em Marseille se come a navette.

A história dessa tradição é antiga, acredita-se que no final do século XIII a imagem de uma virgem é encontrada no Vieux Port (Antigo porto) de Marseille e ela é vista pela população da época como uma santa protetora, para alguns a Virgem Protetora das Pessoas do Mar.

E alguns dizem que a navette simboliza o barquinho que leva os santos protetores na região de Provence (Sul da França). Assim para relembrar essa história, em 1781, o dono da Four des Navettes, Monsieur Aveyrous, tem a ideia de fazer o biscoito em forma de barquinho.

As navettes dessa padaria de Marseille têm sua receita guardada a 7 chaves, para se ter uma ideia, na embalagem não tem escrito nem quais são os ingredientes. Após provar a única certeza que tenho que é tem essência de flor de laranjeira na massa.

Na loja são vendidos pacotes com 12 (8,50 euros), latas com 12 (17 euros) ou 24 (25 euros) e elas podem ser comidas até um ano após a compra.

E uma dica, a primeira vista os biscoitos parecem incrivelmente duros, e são, então antes de comê-los é preciso aquecê-los por cerca de 20 segundos no microondas ou colocar na torradeira, aí ele fica morninho e macio por dentro.

Four des Navettes
136, rue Sainte (ao lado da Abadia de Saint Victor) – Marseille

Green Bear Coffee

Aqui na França os produtos orgânicos são cada vez mais procurados (aqui eles são chamados de “bio”) e nos supermercados encontramos quase tudo bio (vinho, verduras, macarrão…).  E os restaurantes também começam a tentar atender esse público.

Na semana passada estive em Marseille e pesquisando sobre a cidade encontrei o Green Bear Coffee, uma mistura de café com lanchonete que serve pratos e bebidas “bio”.

Fui na hora do almoço, e como todo estabelecimento francês, tinha várias opções de combo (a famosa “Formule”), optei pela formule torta salgada, saladinha, bebida (suco de uva verde orgânico) e sobremesa – tudo por 10,50 euros.

A torta era de espinafre com abóbora e estava muito gostosa. E eu peguei o último pedaço. =)

A minha sobremesa foi uma “amadine” com recheio de geleia de framboesa. Muito, muito gostosa. A amandine é um bolo feito com farinha de amêndoas, e eu adoro amêndoa!

Tinha também bolo de cenoura:

A casa oferece pratos vegetarianos e veganos, como por exemplo o cappuccino com leite de soja, sem deixar de ter produtos tradicionais, como  o Club Sanduíche,  e informa se os produtos têm gluten, lactose etc. E pelo pessoal que vi no dia que fui, percebi que eles já têm uma clientela fixa que procura comida saudável, gostosa e com preço razoável.

Se for a Marseille, vale a visita, fica super perto do Vieux Port.

Green Bear Coffee

17 Rue Glandevès – Marseille

Receita: fondant de chocolate

Essa semana descobri que fazer croissant em casa é muito difícil (beirando o impossível), então estou em busca de boas receitas da tradicional patisserie francesa que vão tornar o seu cotidiano mais francês aí no Brasil (e o meu quando eu voltar =P). Meu primeiro teste foi o fondant de chocolate.

A definição do que é um fondant de chocolate é complicada, pode ser algo como o que chamamos de “petit gâteau”, um bolo servido quente que vai ter o centro mais mole e vai correr pelo prato, ou um bolo com uma consistência mais firme, que lembra um mousse de chocolate que assou, servido frio. Encontrei essa receita e testei pro blog:

Fondant de chocolate

Ingredientes:
200g de chocolate meio amargo
150g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
150g de açúcar
50 g de farinha de trigo
3 ovos

Modo de preparo: Coloque o chocolate em pedaços com 3 colheres de sopa de água numa panela, derreta a mistura em banho-maria.

Bata a manteiga com o açúcar até que a massa esteja homogênea e leve. Acrescente os ovos um a um alternando com a farinha. Você pode acrescentar um pouco de essência de baunilha ou outra de sua preferência.

Incorpore à essa mistura o chocolate derretido, mexendo bem e delicadamente.

Unte uma assadeira com manteiga e despeje a massa.

Asse em forno pré aquecido a 150ºC por cerca de 30 minutos. Sirva frio como sobremesa. É uma delícia!

Violeta de Toulouse

Um dos símbolos de Toulouse é a violeta, uma flor pequena e roxa que trouxe muita riqueza para a cidade. Reza a lenda que essa variedade específica de violeta veio parar aqui por meio de um soldado apaixonado que a trouxe da Itália.

No passado as vendedoras de violeta vendiam seus pequenos e cheirosos buquês pela cidade, mas hoje apenas 2 produtores e a prefeitura ainda cultivam essa flor delicada que precisa de muitos cuidados e que deve ser colhida uma a uma.

Quando um homem oferecia um buquê de violetas a sua amada, era uma imagem muito forte, significava que ele estaria ao seu lado em todos os momentos e cuidaria dela com muita atenção.

Hoje ao visitar Toulouse, você pode levar como recordação da cidade um perfume, um sabonete ou um sachê com o perfume da violeta. Mas não para por aí, ela também é usada na culinária:

Existe uma infinidade de produtos, balas, xaropes, geleias, licores, chocolate com violeta… o gosto é meio estranho, parece que você está comendo perfume. Parece que xarope dentro do champanhe é bom, ainda não experimentei.

Nesta época do ano ainda tem bolos preparados com a violeta. Como apenas tinham as pétalas da violeta dentro, como se fosse uma fruta cristalizada, achei bem gostoso.

Dá pra conhecer todos os produtos feitos a partir da violeta na Maison de la Violette aqui em Toulouse.