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Torta de salmão defumado e alho-poró

Aqui na França o alho-poró é extremamente barato, o kilo custa menos de 1 euro. É um legume que faz realmente parte da vida dos franceses, e eu adoro!

E nas minhas buscas por novidades encontrei o salmão defumado, que é um pouco caro (em média 30 euros o kilo), mas que costuma ser vendido em pacotes de 150 gramas ( 4,50 euros ou menos) e por ser um produto bastante forte não é comido em grande quantidade.

Juntando os dois, criei a Torta de salmão defumado e alho-poró:

Ingredientes:

150g de salmão defumado
2 ou 3 alhos-porós
3 ovos
100 g de queijo gruyère ralado
1 lata de creme de leite
1 receita de massa para quiche*

Modo de preparo: Corte o alho-poró em rodelas finas e em seguida refoge-o com um pouco de manteiga, reserve. Desfie o salmão defumado e adicione-o ao alho poró. Bata os ovos, acrescente o creme de leite e tempere a gosto com sal e pimenta do reino. Forre o fundo e as laterais de  com a massa e fure o fundo várias vezes com um garfo.

Em seguida espalhe o recheio de alho poró e salmão, polvilhe metade do queijo, despeje a mistura de ovos e creme de leite e por último polvilhe mais um pouco de queijo. Leve para assar por aproximadamente 35 minutos em forno médio preaquecido.

* Receita de Massa para quiche
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (café) de sal
6 colheres (sopa) de manteiga gelada e picada (150g)
2 colheres (sopa) de iogurte natural
1 gema
1 pitada de fermento em pó

Misture a farinha de trigo, o sal e a manteiga, até obter uma farofa.  Junte o iogurte, a gema e o fermento. Amasse delicadamente até obter uma massa lisa e macia.

Deixe a massa descansar na geladeira por 15 minutos. Essa receita rende 2 formas para quiche  de 20 cm de diâmetro x 2 cm de altura e ela é ótima, leve e ao mesmo tempo crocante.

Com essa base: massa para quiche e cobertura de ovos com creme de leite, você pode fazer qualquer mistura, por exemplo, uma versão mais light com recheio de vegetais como abobrinha e berinjela com queijo. E o acompanhamento ideal é uma salada.

Comendo à francesa

Uma das maiores diferenças entre a comida na França e no Brasil é a forma de organização da refeição. Aqui, nos restaurante e nas casas de família mais tradicionais, existe uma divisão clara: entrada, prato principal, queijos e sobremesa. Para se ter uma ideia de como isso faz parte da cultura, até mesmo nas cantinas das escolas e universidades existe esta mesma estrutura.

Foto que tirei na cantina do Liceu onde trabalho: a entrada (salada de repolho roxo e taboulé), prato principal (bife, macarrão e ratatouille), queijo camembert e torta de coco de sobremesa

A entrada varia bastante, pode ser um paté de porco, uma sopa, pode ser foie gras (fígado de pato – que você já compra pronto para comer e depois deve ser fatiado e colocado sobre o pão ou uma torrada), um folhado, blinis com salmão defumado, enfim, ela pode ser fria ou quente.

Salada de tomate com anchovas

Em seguida vem o prato principal – a única regra que existe é que deve ter uma carne e o acompanhamento que pode ser QUALQUER coisa – digo isso do ponto de vista de uma brasileira – para dar um exemplo, você pode comer um bife acompanhado por ervilhas. Um dos acompanhamentos mais comum é a batata (em todas as suas versões), arroz é raro, feijão também…

Aí quando você acha que já acabou, chega o prato de queijos, e é impressionante a quantidade que eles vão comer de queijo, e sempre acompanhado pelo pão e na maior parte das vezes se come o queijo neste momento da refeição – ainda não vi por aqui essa coisa que brasileiro acha chique de chamar os amigos pra comer queijo e vinho.

O vinho é um caso a parte, como cada prato pede um vinho diferente, numa mesma refeição, você pode beber 3 vinhos diferentes, por exemplo, se a entrada for torradas com foie gras, ela pede um vinho branco e adocicado como o Muscat, e se em seguida você vai comer um faux fillet (corte tradicional de carne bovina) acompanhado de batatas, você deve beber um vinho tinto, como o Bordeaux, que também vai acompanhar os queijos. E junto com a sobremesa, caso seja uma galette de rois ou uma mousse de chocolate, você pode beber uma tacinha de champagne.

E numa refeição dessa se passa muito tempo na mesa, e é isso que os franceses adoram. Sim, viver na França é um convite à comida! E um perigo pra balança…

Japonês na França

Como o Ano Novo chinês é comemorado amanhã, a professora assistente de chinês (sim, aqui na França é possível estudar chinês no Ensino Médio) que trabalha na mesma escola que eu me convidou pra jantar num restaurante chinês na última quarta.

Quando telefono pra ela dizendo que ia me atrasar, ela me diz que o restaurante chinês estava fechado (?!) e que iríamos em um japonês. Desde que cheguei aqui (e faz 4 meses hoje) ainda não tinha ido em um restaurante japonês.

A primeira surpresa – no cardápio constava um “barbecue” (churrasco) com opções de carne ou peixes. Como assim churrasco em restaurante japonês?

Trouxeram para mesa esse aparelho e a carne crua, e você mesmo grelha a carne. É uma delícia! A carne era macia e tinha um tempero gostoso e o restaurante contava com exaustores acima das mesas. Mas não tenho ideia de onde vem a tradição, China? Japão? Coreia? Vietnam?

Vocês não imaginam a minha surpresa ao colocar o nome do restaurante no Google  (Yakiniku) e descobrir é o nome de um prato japonês. É um método de cozimento de legumes e carnes numa placa de cozimento (à gaz, eletricidade ou carvão) que tem origem num tipo de churrasco coreano. Só o Google salva.

Como não tinha ideia de como era o tal churrasco, optei por um combinado que tinha salada e misoshiru (com cogumelos fatiados dentro) como entrada e como prato principal um bowl com arroz e sashimi de salmão (14,50 euros).

O salmão estava super fresquinho e o arroz estava muito bom! Detalhe, o gengibre tinha a mesma cor do salmão, porque eles marinam em algum molho.

As outra meninas pediram espetinhos (“brochettes”) variados (14,50 euros também com a entrada).

Apesar de um pouco caro para o nosso budget, todo mundo saiu do restaurante satisfeito.

Yakiniku

11, Boulevard de Strasbourg – Toulouse

Galette de rois

Na França a tradição da Galette de rois é mantida até hoje (ouvi dos meus alunos que ela também existe em Portugal), para vocês terem uma ideia, é como o panetone pra gente no Natal, tem pra vender em toda parte e todo mundo come.

Tradicionalmente ela deve ser comida após o dia 06 de janeiro – Dia de reis (em francês também chamada de “Epiphanie”), isto é, o dia em que os reis magos encontram Jesus e lhe entregam os presentes – até o final do mês de janeiro. Mas ela já podia ser encontrada no supermercados e padarias desde dezembro.

A Galette de rois é feita de massa folhada recheada por frangipane (um creme de amêndoas), e dentro dela sempre há uma “fève” (fava) que, no passado, era mesmo uma fava de feijão que o padeiro colocava dentro do bolo após assá-lo e hoje é um bonequinho de louça.

Este ano tem a Galette do Harry Potter - mas eu só encontrei a Belatriz Lestrange.

Junto com a Galette vem uma coroa que é dada para quem encontra a “fève”, e é claro que quando há uma criança pequena os pais sempre dão um jeitinho pra que a fève vá parar no pedaço dela. Quando um adulto encontra a fève deve escolher seu rei ou sua rainha e coroá-lo. Isso sem falar que o rei compra a próxima Galette. =P

Aqui no sul da França, a Galette mais tradicional é a de pâte briochée, também conhecida com “Brioche de rois” ou “Couronne de rois” (Coroa de Reis), ela lembra um pão doce e pode ser aromatizada com flor de laranjeira ou ter frutas cristalizadas, sem falar que é uma opção bem mais leve.

O preço médio da Galette de massa de brioche varia de 5 a 12 euros, a depender do tamanho e também do produtor (supermercado, padaria, chefe gourmet…). E a de massa folhada custa entre 10 e 20 euros a depender do recheio e do tamanho. As padarias também vendem galettes individuais. Vale ressaltar que a aqui você encontra não apenas o recheio frangipane, mas também chocolate, maçã, avelãs, pistache, framboesa, lichia…

Paris: Guia para aproveitar a cidade – parte 5

Nesse último post sobre Paris dicas de vitrines para babar e também opções “bon marché” (baratas). E começo pelas dicas para não gastar muito:

O que você pode fazer logo de cara para economizar é se hospedar num lugar onde tenha cozinha, como por exemplo um albergue ou alugar um apartamento por lá. Me deram a dica do site Homelidays, onde se pode encontrar boas opções de apartamento com bom preço. A dica é entrar em contato com proprietário e negociar o preço.

E se você tem uma cozinha pode visitar a loja da Picard, que tem TODO tipo de congelado, da entrada a sobremesa.

Não é cara. Para se ter uma ideia, um prato de Hachis Parmentier (escondidinho de purê de batata com carne móida) custa 2 euros.

Você também pode procurar “traiteurs”, ou seja buffets que vendem comida pronta por quilo, basta chegar em casa e esquentar. Aí as nacionalidades vão ser super variadas, vai depender do que tem perto de onde você está.

Sem falar na possibilidade de ir ao supermercado ou mercado e comprar os produtos locais, e também existem boas opções de comidas em lata já prontas. Aconselho o supermercado Dia (o mesmo que tem no Brasil), que tem bom preço e os produtos “marca do supermercado” são bons.

Na França todo supermercado oferece dezenas de opções de pratos prontos: sanduíches, saladas, prato quente que basta por no micro-ondas. E eu, pessoalmente, adoro ir no supermercado aqui, porque tem uma infinidade de opções que aí são super caras e aqui são muito baratas, como por exemplo o queijo camembert que aqui custa entre 1 e 1,50 euro, a depender da marca, e vi que o mesmo queijo aí custa R$13,99 com a metade do peso…

E um detalhe, a rede Monoprix, que tem lojas por toda parte em Paris, costuma ter micro-ondas que podem ser usados para esquentar pratos comprados lá, e também mesinha e cadeiras para sentar e comer. Sim, os franceses também fazem isso, é prático.

E se você economiza de um lado, pode se dar ao luxo fazer algumas extravagâncias como tomar um chá ou comer um doce no famoso Salon de thé  Angélina (226 Rue Rivoli – Paris – 1ere arrondissement).

Eu não entrei porque a fila estava enorme… Mas na próxima entro para experimentar o famoso Mont-Blanc (7,90 euros).

Ou tomar um café (4,60 euros) ou um chocolate quente especial (7,20 euros) no Café de Flore (172, Boulevard Saint Germain – Paris – 6eme arrondissement) que também serve caviar (150 euros por 50 gramas) e foi ponto de encontro de grandes nomes da literatura mundial, como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir.

Um outro passeio interessante para os gourmands é a place Madeleine, que tem lojas de trufas, caviar e uma loja da Maille.

Sim, a mostarda é exposta como se fosse caviar. Muito chique!

Sem falar em duas mercearias finas com pequenas delícias caríssimas, como patês, foie gras… A Fauchon (e o site deles não funciona no Chrome) e Hédiard.