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SPRW: Santa Gula (segundo ano)

Quem acompanha o blog sabe que acabamos dando uma segunda chance aos lugares que não curtimos muito – se não for terrível, obviamente. Até porque, diferentemente de roteiros e guias, nos quais os jornalistas são obrigados a testar regulamente alguns estabelecimentos com o veículo de imprensa pagando a conta, não temos nada nem ninguém para pagar nossa conta. E pouquíssimas vezes tivemos algum tipo de cortesia, só em casos realmente especiais. Pensando nisso, voltei ao Santa Gula, restaurante no qual não tive uma boa experiência no SPRW de setembro de 2010.


O lugar estava vazio, pois cheguei já no fim do horário de almoço, e o atendimento foi super atencioso. No entanto, alguns problemas persistem: o banheiro continua bem ruim e a contribuição para a caridade veio na conta. Duas coisas que acabam me afastando do restaurante. De entrada, pedi a salada com nozes caramelizadas e gorgonzola, pois a outra opção era moquequinha de camarão com peixe – e sou alérgica a camarão, infelizmente. A salada estava deliciosa, em porção pequena mas satisfatória, com perfeito equilíbrio entre as nozes, as folhas frescas e o gorgonzola, que não mascarou os outros sabores. Bem melhor que a última entrada que provei.

Uma pena que o prato principal, novamente, foi a pior parte da refeição. Perguntei ao garçom o que ele me recomendava, já que a casa tinha 4 opções de almoço, e ele me indicou o leque de filé ao molho de queijos com nhoque de semolina grelhado – pois disse ser o mais bem servido. Fiquei preocupada em saber como seriam as outras porções. A carne veio quase esturricada (ninguém perguntou qual o ponto que eu queria) e o molho foi insuficiente para amenizar a secura do nhoque. Veja as outras opções aqui. A melhor parte foi mesmo a sobremesa, único item do menu de SPRW que está no cardápio da casa: alpino cremoso, uma espécie de mousse com pedaços de chocolate, bem doce e encorpado.

O custo-benefício, para quem quer conhecer o restaurante, compensa pois os pratos são caros – os de frango custam no mínimo R$ 39 e os de carne em torno de R$ 50. A H2O custou R$ 4,50 e o couvert, que desta vez não aceitei, custa ainda R$ 11 por pessoa. Segundo o gerente Fábio, que reassumiu a casa há pouco tempo, todo o cardápio está sendo reestruturado e o SPRW serve como um teste para novos pratos.

Santa Gula
Rua Fidalga, 340 – Fundos – Vila Madalena
(11) 3819-0177

Tia Nê

Apesar de falarmos de todo tipo de gastronomia aqui no blog – do pastel da Liberdade e da coxinha do Praça Cheese até o couvert do Dalva e Dito aos menus do SPRW – nossa referência de comida boa mesmo é familiar. E não somos as únicas: muita gente tem por perto uma avó que cozinha bem, um prato especial da mãe que imbatível ou um tia que é a rainha do fogão. No meu caso, minhas melhores lembranças são os doces da Tia Soraya (principalmente, como está no perfil aqui do lado, o bolo de brigadeiro) e as comidas de domingo do meu pai. Macarronada, picanha no forno com alho, pão italiano, sorvete… eu tenho a quem puxar nesse meu gosto por cozinhar (e comer).

Mas, esse post nasceu para falar sobre a Tia Nê, essa figura fofuxa da foto acima. Não dá vontade de levar ela para casa? Infelizmente não posso fazer isso porque ela é tia da Cláudia, tem filhos e mora longe. Eu já tinha lido no perfil da Cláudia que ela adora o “macarrão da tia Nê” (além do arroz com feijão da mamãe, claro) e acabei conhecendo seus quitutes em um churrasco na chácara Midori! Na imagem, ela segura uma travessa de nhoque com molho bolonhesa improvisado ali na hora, com o que tinha a mão, e que estava delicioso, derretendo na boca, com molho equilibrado… uma coisa!

Além de fofa, simpática e amável, a tia Nê é rápida e precisa na cozinha, e ainda adora assistir programas de culinária, anotar receitas e depois testá-las, sempre dando seu toque pessoal. Durante o churrasco, ela fez bolinhos de bacalhau e salgadinhos, ajudou com o pernil (com pururuca), fritou pastéis… tudo como se nada desse muito trabalho e fosse fácil no fim das contas. Acabei trocando figurinhas com ela, fotografei algumas receitas para testar em casa (vocês não imaginam o caderninho que ela tem!) e, claro, comi todas as suas delícias. Dessas, só vou compartilhar aqui – por enquanto – a massa de salgadinho rápida. As demais vou tentar fazer e posto por aqui.

E como imagens falam mais do que mil palavras:

SPRW: Buttina

Em uma rua de Pinheiros, meio escondidinho, fica o restaurante Buttina. Por fora parece pequeno, mas por dentro o pé direito, alto com direito a mezanino arborizado por uma linda jabuticabeira, impressiona. Segundo a atendente, o lugar tem quinze anos de existência e aposta no nhoque como prato principal. Antes de iniciarmos a refeição, maridão e eu pedimos Pano e burro (R$ 4,40), uma cestinha de pães italianos com direito a manteiga e azeite. De entrada, as opções do SPRW eram Mille foglie di pane e pomodoro (Finas fatias de pão italiano, entremeados de tomate, cebola, abobrinha e manjericão) ou Mousse di melanzane (Berinjela, alho, azeitona verde e temperos, servido com croutons) – ambas criações especiais para o evento. Fiquei com a primeira, delicada, bem temperada e saborosa.

Como pratos principais,  Linguine alla caponata (Massa no “aglio e oleo” e hortelã ladeada de caponata  – berinjela, abobrinha, cebola, tomate, pimentões e farelo de pão temperado) ou Penne all arancio (Molho de tomates italianos, bacon, suco e raspas de laranja). Desta vez fiquei com a segunda opção… e foi totalmente decepcionante. Molho insosso, pouco bacon. Maridão foi mais feliz: dispensou o menu do SPRW e pediu um Penne al ragù (molho de tomate com pequenos pedaço de lombo, filé mignon e pancetta cozidos no vinho), com cozimento perfeito e muito sabor por R$ 34,30.

Depois da refeição, que deixou realmente a desejar, experimentei o Riso Nero (doce típico siciliano de arroz arbório, amêndoas e chocolate finalizado com biscoito e Limoncelo). Infelizmente, excesso de rum impediu que eu terminasse a sobremesa. A outra opção do menu é o Babà al rhum (doce típico da Basilicata, bolo muito aerado embebido em calda de rum, servido com chantilly).

A pergunta que ficou no ar: porque uma casa que tem o nhoque como carro-chefe não coloca sua estrela no cardápio do SPRW? O objetivo do evento não é democratizar o acesso a alguns restaurantes – que podem acabar fidelizando clientes? Admiro os restôs que criam pratos especialmente para a semana gastronômica, mas no caso do Buttina acredito que oferecer opções de nhoque seria uma decisão mais acertada.

Buttina
Rua João Moura, 976 – Pinheiros | São Paulo
Reservas: (11) 3083-5991

La Pergoletta

Sempre que passava pela rua Itapura no Tatuapé, ficava com vontade de parar e conhecer melhor uma pequena loja que vende massas, chamada La Pergoletta. Há alguns dias estava lá perto e não resisti, entrei pra conhecer. Eles têm vários tipos de massas; desde as tradicionais até as recheadas, além de molhos, patês, pães (recheados) e vinhos.
Optei por comprar um pacote de 500g de nhoque (R$7,90) para experimentar sem me arriscar muito. Fiz um molho a bolonhesa e levei ao forno… hum… ficou uma delí­cia, a massa é tenra e tem bastante gosto de batata (não gosto daqueles que parecem feitos de farinha).
A rotisserie também tem um restaurante próprio ao lado, então você tem duas opções comer lá ou levar pra casa. Da próxima vez vou comprar uma das massas recheadas.

La Pergoletta – Pasta fresca
Rua Itapura, 1478
Telefone: 11 2092-3330
Tatuapé – São Paulo/SP