Por Mario Guanaes
Aderindo à onda de revitalização do Centro da cidade e motivado a resgatar um pouco da cultura boemia paulistana, o chef Luis Campiglia resolveu recomeçar do zero e reformar seu restaurante. Antes chamado Santa Fé (de 2005 a 2010), a casa era especializada em massas. Tudo ia bem, mas o proprietário quis mais: inspirado pelas memórias de que ali, naquele mesmo endereço reuniam-se os boêmios e intelectuais das décadas de 50 a 70, ele resolveu como homenagem redecorar e reabrir com o mesmo nome Paribar.
Na carta foram resgatados alguns drinks da coquetelaria clássica da época, como o Caju Amigo, de 1974 e outros clássicos, como o caso do Rabo de Galo ganharam uma releitura (embora Luis não ache a palavra adequada, rs) e tornou-se uma bebida bem mais suave e charmosa. Caipirinhas com combinações incomuns como melancia e manjericão chamam a atenção e têm um aroma incrível.
Já no cardápio, pratos clássicos estão ao lado de criações do Chef em opções pra todos os gostos e bolsos. “Tive a preocupação de oferecer pratos com os principais tipos de carne (bovina, suína, aves e frutos do mar) e de preparação, como grelha, chapa, cozidos, assados e fritos. A ideia é agradar todos os gostos”, conta. Há ainda cortes pouco comuns fora de restaurantes mais refinados, como Chateaubriand, e opções mais exóticas como pato.
Para entrada, pedimos bolinhas de milho e queijo (muito saborosas, mas nada mais que bolinhas de queijo e milho) e bolinhos de feijoada, esses sim, um capítulo à parte. O tamanho assusta e, como era de se esperar, pesam um pouco, quase uma refeição. Mas valem cada mordida! A massa é de feijão preto e carne seca e o recheio de couve. Servidos em porções de seis e acompanhados por limão-galego, quentinhos e levemente apimentados, são pedida obrigatória ao visitar o lugar, a menos para os com pouca fome!
Já os bolinhos de carne da D. Marta são bons, mas vieram um pouco oleosos demais . As porções são fartas e chegaram quentinhas – e sem demora.
Na hora dos pratos, a Aventura Gastronômica é escolher um único prato. Talvez eu estivesse escolhendo até agora, não fosse a gentil sugestão do criador sobre sua “criatura” : “Se você gosta de carne (vermelha), tem que pedir um Filé Meninão”. O nome é bastante sugestivo, mas nada me prepararia para o tamanho do prato, que só se compara ao esmero com que é preparado: um filé chateaubriand selado à perfeição com molho madeira e arroz milanês. Absolutamente imperdível!
Foram provados ainda os raviólis de abóbora, com uma apresentação de encher os olhos, e o magret de pato que, pra quem gosta, parece ser um prato cheio. (Não, não foi um trocadilho). Não houve tempo (de minha parte) para as sobremesas, mas também não faltam opções.
Aos finais de semana o local sempre oferece eventos culturais e as mesas na calçada dão um toque retrô que é todo especial. Ponto negativo vai para a falta de ar-condicionado ou ventiladores. Ao calor de 35º, no centro da cidade, pode atrapalhar a degustação de qualquer prato e/ou aumentar muito o consumo de cerveja, servida com capricho, com colarinho na pedida do cliente. Preços não são exatamente o maior atrativo, mas a qualidade da maioria dos pratos e bebidas os torna absolutamente justificados.
Paribar
Praça Dom José Gaspar, 42, República, São Paulo/SP
Telefone: 11 3237-0771
Funcionamento: Segunda a sábado: 11h30 às 21h. Terça a sexta: 11h30 às 0h. Fechado aos domingos.
Aceita cartões de crédito e débito.
Acesso para deficientes.
Capacidade: 74 lugares.