Archive of ‘comida e cultura’ category

Comida de dragão

Hoje fui ao cursinho, no bairro da Liberdade, e vi que a praça e a rua Galvão Bueno estão decoradas para a comemoração do Ano Novo Chinês.  O 4710o ano desse calendário é representado pelo dragão.

Não só na Liberdade, mas também em outros pontos da cidade, acontecem demonstrações de dança, artes marciais e apresentações musicais.

Especialmente, no tradicional bairro oriental de São Paulo, estão montadas barraquinhas de artesanato e, é lógico, pratos tradicionais. Nessa ocasião, a comida mais típica é um bolinho cozido, chamado jiaozi.

Para quem não puder dar um pulo até a festa e experimentar o bolinho, dá para tentar fazer em casa.

Jiaozi

Ingredientes para a massa:

500g de farinha de trigo
200ml de água morna
1 colher de chá de sal

Em uma tigela, coloque a farinha e o sal e vá acrescentando a água aos poucos, mexendo sempre até que a mistura fique homogênea. A massa não pode ficar pegando; ela deve se desgrudar facilmente dos dedos.

Depois de pronta, deixe-a descansar por 30 minutos na tigela tampada e polvilhada com farinha de trigo.

Polvilhe farinha de trigo sobre uma superfície lisa e abra a massa até deixá-la bem fina. Depois, com a boca de um copo, corte-a em círculos concêntricos.

Ingredientes para o recheio de carne:

1kg de carne moída (preferencialmente de porco)
1/3 de um pé médio de acelga
1/3 de um pé médio de repolho
3 dedos de gengibre ralado
1 colher de sopa de molho shoyo
1 colher de café de vinagre de arroz chinês
Sal a gosto
Glutamato monossódico (Ajinomoto) a gosto

Em uma tigela, misture a carne com o gengibre. Acrescente o sal, o shoyo e o vinagre. Incorpore à mistura o repolho picado e a acelga. É importante que todos os vegetais estejam bem picados para que não perfurem a massa do jiaozi.

Pegue a massa cortada em círculo e a coloque no centro de sua mão. Sobre ela, largue uma colher de café do recheio. Feche primeiro a massa no centro superior e, depois, comece a fechar um dos lados com pequenas dobrinhas. O processo é semelhante ao do pastel. Certifique-se de que a massa esteja bem fechada, para que o ravióli não abra durante o cozimento. Coloque-os sobre um prato polvilhado com farinha de trigo (a farinha vai garantir que os jiaozi não grudem durante a fervura).

Na água fervente, mergulhe os raviólis um a um e tampe a panela. Quando voltar a ferver, acrescente um copo de água fria. Repita o processo por duas ou três vezes (para recheios de carne, é aconselhável deixar ferver por três vezes). Retire-os da água com uma escumadeira e sirva quente (jiaozi frio faz mal para o estômago!), acompanhados do molho.

Ingredientes para o molho:

1 porção de molho shoyo
1 porção (igual) de vinagre de arroz chinês (escuro)
Cebolinha picada a gosto
Sal a gosto

Se quiser, esmague também um dente de alho e acrescente à mistura.

No site da Rádio China Internacional, tem um vídeo explicando passo a passo.

Para conhecer a programação da festa, visite o site oficial do evento.

Paris: Guia para aproveitar a cidade – parte 4

Uma coisa que eu esqueci de explicar sobre Paris são duas expressões: “sur place”(no lugar) e “emporter” (pra levar). Muitos restaurantes, cafés ou salons de thé (Salão de chá – uma instituição francesa, um lugar onde você toma chá, café, come um bolinho e muitas vezes também serve almoço) vão ter preços diferentes (sempre mais barato, é claro) caso você leve a comida para comer em casa/hotel.

Outra informação útil, na maioria dos restaurantes não se cobra taxa de serviço (os famosos 10%), na verdade o valor do serviço está incluso no preço que a gente vê nas placas ou no menu do restaurante (sempre exposto do lado de fora). Por isso também a diferença entre os preços “sur place” e “à emporter”.

E a lista de lugares bacanas para comer ou ao menos olhar a vitrine em Paris continua:

Deux moulins

15 rue lepic – Paris – 18eme arrondissement

Quem nunca assistiu “Amélie Poulain” que atire o primeiro croissant. Fomos ao Deux Moulins apenas para conferir de perto o espaço onde foi filmado esse filme que dá muita vontade de conhecer Paris.

E não é um lugar caro, à noite até às 22h os drinks têm desconto (e os nomes dos drinks são muito divertidos!) e mesmo os pratos têm um preço aceitável (12 euros pelo steak-salada-fritas) por ser um ponto turístico.

Pistacherie

67 rue Rambuteau – Paris – 4 eme arrondissement

A Pistacherie foi uma surpresa agradável no caminho para o Centre Georges Pompidou. Eles têm todo tipo de nozes, vendem por quilo e também tem essas embalagens muito bonitinhas.

Experimentei uma amêndoa defumada, era realmente diferente. Para quem gosta de petiscos para acompanhar a cerveja vale super a pena.

E no Centro Georges Pompidou  é possível ver a cidade de cima subindo por suas escadas rolantes externas.

No terraço do 6º andar desse espaço cultural há um restaurante, mas era totalmente fora do meu orçamento.

Falafel

No bairro do Marais você vai encontrar casas tradicionais de falafel (bolinho feito de grão de bico frito servido num pão sírio com bastante salada dentro também), e também existem vários Maoz espalhados pela cidade. É um meio leve e barato de se alimentar.

Eu não lembrei de tirar a foto do lanche e só depois descobri que é uma rede americana, o detalhe é que fui levada ao Maoz da foto por uma americana =P

Starbucks

Por todos os lados em Paris se vê uma loja da Starbucks, a impressão que se tem é eles dominaram a cidade.  Eu não acho que vale a visita, afinal não é um estabelecimento francês, mas pode ser uma opção, porque nas boulangeries (padarias) francesas nem sempre são servidos cafés, e quase nunca existem mesas, então é entrar, pegar o croissant e sair.

Já no Starbucks você pode sentar, usar o wifi, tomar o café em paz. E eu experimentei o chocolate viennois (3,60 euros) e tava muito bom e num outro dia tentei o cappuccino numa padaria e me arrependi…

Mas se você quer mesmo ir numa padaria francesa para tomar um café com croissant, sugiro algumas redes que têm lojas pela cidade, algumas delas com “espaço cliente” e aquelas diferenças de preço para comer sentadinho dentro da loja que já expliquei no início do post. São as redes Paul , La mie câline e Brioche dorée e você não vai ter dificuldade em encontrá-las pela cidade.

Biscuiterie de Montmartre

16 Rue Norvins – Paris – 18 eme arrondissement

Um dos melhores lugares para comprar um presentinho, eu não só comprei porque ainda demoro para voltar ao Brasil. Lá tem biscoitos amanteigados, que vem em  latas de biscoito lindas – com fotos da Basílica de Montmartre, e também macarons e caramelos.

E próximo da Biscuiterie está a Place du tertre, onde  você encontra muita agitação; tem vários restaurantes, lojinhas de souvenirs, artistas que desenham os turistas, uma galeria em que pode ver quadros do Dali de graça, tudo isso ao lado da Basílica de Montmartre.

Paris: Guia para aproveitar a cidade – parte 1

Estive em Paris por alguns dias no final de outubro e tinha um orçamento bem baixo, mas consegui aproveitar muito a cidade. E garanto para você que o melhor jeito de desvendar a cidade é pela comida, a começar pelo fato de que as únicas coisas que Paris oferece que você só encontra lá são a paisagem, os museus e a COMIDA. Quase todo o resto vem da China. =P

Começo dando falando dos restaurantes onde comi:

L’Hostellerie de l’oie qui fume

37 rue de la Harpe – Paris – 5eme arrondissement

Esse restaurante fica no paraíso do turista sem dinheiro, o Quartier Latin (chamado assim por ficar próximo à Sorbonne, onde desde sua inauguração se estudava língua latina).

Nesse bairro se pode comer por 10, 12 euros (entrada, prato principal e sobremesa, o que o francês chama de “formule”) no almoço e paga-se um pouco mais no jantar. Você também pode pedir uma taça do vinho da casa (não costuma ser ruim)e vai pagar cerca de 3 euros.

A DICA, em todo restaurante da França você pode pedir “une carrafe de l’eau” (une karraf do) e isso não custa nada. É água da torneira, mas pode beber sem medo.

Nesse dia tinha várias opções no menu e optei por uma salada de entrada, o boeuf bourguignon (carne cozida com legumes e batata) como prato principal e a dame blanche (sorvete de baunilha com calda de chocolate) como sobremesa. Os pratos franceses não costumam vir acompanhados de arroz, mas sempre trazem uma cestinha de pão (também gratuita) para acompanhar os pratos.

A comida estava ok e paguei 13 euros pelo jantar com uma taça de vinho. =)

Le Cambodge

20 rue Yvonne le Tac – Paris – 18eme arrondissement

Descubra o restaurante asiático mais próximo de onde você está hospedado, provavelmente será a melhor opção custo benefício. Eles nem sempre trabalham com as “formules”, mas tem um prato ótimo, a bo-bun, que contem carne ou frango, macarrão de arroz (tipo bifun), broto de feijão, pepino, alface e também nems (lembra um rolinho primavera, mas o recheio mais comum é o de porco).

É algo entre uma salada e um yakisoba, meio frio, meio quente. Esse custou 7,60 e eu nem aguentei comer tudo. E o que mais me chamou a atenção nesse restaurante foi a simpatia do garçom, ele mesmo cambodjano, com um francês díficil de entender, mas totalmente compensado pela gentileza. Vale ressaltar que normalmente nos restaurantes asiáticos a comida está pronta e eles apenas esquentam.

Hao Hao

Avenue Choisy – Paris – 13eme arrondissement

A Avenue de Choisy é parte do chamado Quartier Chinois (Bairro Chinês) de Paris, nessa avenida você escolher entre várias opções de restaurantes asiáticos, com preços e cardápios muito parecidos.

Tem também o Mc Donald’s chinois como aí em São Paulo!

[Um detalhe, na França existe uma mania de reduzir as palavras, por exemplo restaurant vira “resto”,  assim você vai no Mcdo e pede um “best of” (a nossa mc oferta que aqui custa cerca de 7 euros). Ela pode vir com Wrap, aqui ele faz parte do cardápio e tem até de queijo de cabra quente. Fui apenas uma vez no Mcdo  e pedi as “deluxe potatoes” e são muito gostosas.

E um dado curioso, aqui na França eles sempre adaptam o nome oriental do prato tentando descrevê-lo dentro do que os franceses conhecem, por exemplo eles servem lamen, mas chamam de “soupe” (sopa), fora outros pratos que não identifiquei.

No dia em que fomos o público era bem variado, tinha gente falando francês e também outras línguas (eu acho que chinês, mas não garanto). Tinha um casal francês na mesma mesa que a gente comendo camarões empanados e o senhor até comentou que estava muito gostoso.

Eu e uma de minhas colegas pedimos frango com cogumelos e outra colega pediu frango com legumes da estação e uma porção de arroz.

Estava tudo bem gostoso, mas é preciso ter cuidado com o cardápio porque nem sempre ele é claro para nós, acostumados aos nomes “orientais” dos pratos, e os garçons não têm muita paciência pra explicar.

Mas a melhor parte foi o chá que pedi, era de menta com jasmin e estava muito bom (3,80 euros). Sim, aqui o chá é caro.

Vins et Terrois

66 rue Saint des Arts – Paris – 6eme arrondissement

Saint Germain de Près é uma região cheia de restaurantes, aqui já um pouco mais caros (na foto abaixo o preço do café da manhã – 7,40 euros) do que os do Quartier Latin (que fica ao lado), mas também mais charmosos.

No Vins et Terroirs, eu paguei 11 euros pela formule no almoço (eu podia escolher entre entrada e prato principal OU prato principal e sobremesa) e 3,90 pela taça de vinho.

O atendimento bem simpático e ainda fiquei sentada na mesinha que ficava do lado da janela então dava pra olhar o movimento no dia chuvoso (era dia 01/11). Durante a conversa com o gerente, descobri que a Danuza Leão escreveu sobre esse lugar e sempre aparecem brasileiros por lá.

Num momento de ousadia, decidi experimentar o tartare de boeuf (ou seja, carne de boi crua) e não me arrependo, a carne vem acompanhada de uma gema crua, cornichon (pepino em conserva), alcaparras, cebola picada e salsa. Também trazem pra mesa pimenta, azeite, mostarda e ketchup, assim você tempera a carne.

Para a sobremesa escolhi a torta de chocolate, que chegou quente com o recheio bem molinho.

Não tem uma receita pra saber se o restaurante barato no seu caminho é bom, mas garanto que não me decepcionei em nenhum dos lugares que fui e não gastei mais do que 15 euros por refeição. Minha sugestão é se aventurar e aproveitar as boas opções da culinária francesa (ou nem tanto). Logo mais outras dicas pra comer bem em Paris!

Continue lendo as dicas de Paris: Parte 2, Parte 3, Parte 4 e Parte 5.

Dia Mundial do Macarrão: Adria e o Bar & Forneria Melograno oferecem um cardápio inédito com harmonização de massas e cervejas

É a primeira edição do Mês do Macarrão Adria Grano D’Oro e Forneria Melograno, em comemoração ao Dia Mundial do Macarrão[bb], que acontece hoje,  dia 25 de outubro.
De segunda a quarta-feira, os visitantes do restaurante encontrarão três opções exclusivas para o jantar, além da melhor carta de cervejas da cidade. As novidades no cardápio são o Bavette ao Cartoccio[bb]com cerveja Helles, um prato com molho à base de anchovas, o Penne ao Molho de Funghi Seco com cerveja[bb] Munich Dunkel e o Spaghetti à Pizzaiola com cerveja Weiss. “A harmonização tem o poder de proporcionar uma experiência de paladar única para cada um dos pratos que estamos oferecendo. A parceria perfeita para quem aprecia sabores com requinte”, explica o expert Edu Passarelli, um dos sócios do Melograno.
A ação acontece até o dia 27 de outubro e mais informações estão disponíveis no site http://www.adria.com.br.
Bar & Forneria Melograno
Data: De segunda à quarta-feira, de 25 de outubro a 17 de novembro
Horário: Das 18h às 23h
Endereço: Rua Aspicuelta, 436, Vila Madalena, São Paulo
Reservas: 11 3031-2921

¡Vivan los muertos en el Obá!

O Día de los Muertos não é uma versão mexicana para o Dia das Bruxas. Anterior à civilização asteca, esta data parte da crença de que a vida não acaba com a morte, mas continua em outro plano, como um segundo momento de uma mesma existência. O início de novembro é a época em que a fronteira entre os dois planos fica tênue e os mortos voltam para casa para visitar aos seus queridos amigos e familiares. Os mexicanos, anfitriões alegres e hospitaleiros, montam uma grande festa para receber as pessoas que já morreram e aproveitam para brincar, tirar sarro e assumir a morte como uma realidade da qual ninguém escapa. As ruas, vitrines e padarias de todo o país se vestem com adornos em forma de caixões e esqueletos. As famílias vão para os cemitérios onde comem e dançam embalados ao som dos mariachis.

Para festejar o Día de los Muertos, um cardápio ficará disponível no Obá do jantar de hoje, 21 de outubro, até o almoço do dia 2 de novembro e trará criações exclusivas e inéditas. “Já são seis anos que promovemos o Día de los Muertos e, desta vez, as receitas foram concebidas por nós. Cada prato será uma experiência na cultura tradicional mexicana”, adianta Hugo Delgado, grande entusiasta da cultura de seu país.
Como todo ano, o tradicional festival de Día de los Muertos no Obá homenageará um finado de grande notoriedade na “ofrenda de muertos”. Desta vez será o escritor José Saramago o destaque da oferenda feita pelo arquiteto e um dos sócios da casa, Carlos Tavares, e reunirá flores, velas, fotos e incenso copal, muito usado nas festividades mexicanas. “Sua alma voltará à vida no Día de los Muertos com a ofrenda. A decoração da casa também reúne crânios de açúcar, esqueletos e trabalhos de papel de seda picado, arte milenar mexicana. Tudo isso para trazer aos brasileiros a tradição como se deve”, explica Carlos. Além disso, no dia 27 de outubro será servido um jantar-degustação com 12 pratos entre entradas, principais e sobremesas pelo valor de R$ 150 (inclui bebidas e comidas, o serviço será cobrado à parte), e mariachis completam o clima da tradicional fiesta.

Para entradas, as opções incluem os Sopecitos de pescado al pastor (R$ 17), pequenas porções de peixe com salsa verde e abacaxi temperados al pastor, popular pela variedade de ingredientes e sabor suave; e os Huarachitos de frijol con ensalada de nopalitos (R$ 19, foto acima) tortillas de milho alongadas recheadas de frijoles (feijão à mexicana) com salada de nopalitos (cacto) temperados com salsa verde e queijo. Outra boa pedida são os Raviólis de cuitlacoche (R$ 23,50), raviólis de cogumelos com cuitlacoche – fungo que cresce no milho, considerado uma verdadeira iguaria mexicana – servido com flor de abobrinha e creme de chile poblano.

Obá restaurante
http://www.obarestaurante.com.br

Rua Dr. Melo Alves, 205, São Paulo
Telefone: 11 3086-4774

Horário de funcionamento: seg, 20h/0h; ter a qui, 12h/15h e 20h/0h; sex, 12h/15h e 20h/01h; sáb, 13h/16h30 e 20h/01h; dom, 13h/16h30; feriados: 13h/16h30 e 20h/01h

Estacionamento com manobrista: R$ 12 (no almoço) / R$ 14 (no jantar e final de semana)

Reservas para o dia 15 devem ser feitas e pagas com antecedência devido a grande procura e lugares limitados.