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Fiestas Patrias na Peí±a Don Fernando

Em 18 de setembro de 1810, o Chile deu seu primeiro passo para sua independência do domí­nio espanhol. Por isso, em todo o paí­s, se comemoram as Fiestas Patrias, na semana do dia 18 de setembro.
 
O restaurante Peña Don Fernando não deixará de comemorar! Este ano, a banda Casa Nueva irá animar a semana de muita comida tí­pica – empanadas, humitas,  sopaipillas, pan amasado – e muita música – cueca, salsa e cumbia.

A celebração começa hoje, dia 18 de setembro, à noite, e seguirá até o domingo, dia 21, com um concurso de cueca, dança folclórica chilena, a partir das 16h.

Faça sua reserva pelo telefone (11) 4146-9282

Uma babel de sotaques, culturas e temperos

Por Flávio Azevedo

Minha famí­lia é no mí­nimo pitoresca. Minha mulher é pernambucana, mas mudou para São Paulo quando pequena e adotou Sampa como sua, mas sem deixar as raí­zes nordestinas de lado, hoje ela é a paulista mais pernambucana que eu já vi. Eu sou carioca e mudei para São Paulo para me casar com ela, mas jamais deixei meu jeito malandro-carioca de lado. Ou seja, nossa casa é uma babel de sotaques, culturas e temperos. No último domingo resolvemos convidar uns amigos para um almoço nordestino em casa, era uma boa chance dela relembrar suas raí­zes e uma excelente chance de eu me ferrar. (Ops! Luz vermelha piscando). O domingo começou cedo, ela levantou toda espuleta gritando “vamos ao mercado, já são 9h e eu não comprei nada para o almoço, anda, levanta”. Eu só conseguia pensar onde estava o botão que desligava aquele despertador de voz fina. Como não encontrei o botão, só me restou levantar emburrado por ser acordado cedo em pleno domingo!

No mercado o meu único papel foi o de empurrar o carrinho e dividir a conta do mercado. Ela corria de um lado para o outro, me mandava pegar o coentro (COENTRO, o que é um COENTRO pelo amor de Deus? Desde quando isso existe? É de comer?), depois de 10 minutos procurando, apelei para os universitários e consegui achar o tal do coentro.

Já em casa, com sacola para todos os lados, panelas e facas nas mãos ela incorporou o Hitler que existe dentro daquele ser de apenas 1,63m e mandou ver.

O cardápio escolhido foi carne seca acebolada, farofa de ovos, purê de macaxeira (aprendi a falar pernambuquês com ela), arroz e feijão fradinho no vinagrete.

Acontece que o cardápio escolhido por ela (guardem isso, ela escolheu) era trabalhoso e depois de uma hora na cozinha começou a bater o desespero na coitada, achando que não ia dar tempo de acabar tudo antes das visitas chegarem.

Eu, que não sei cozinhar nada além de miojo, depois de ouvir alguns gritos de desespero, me prontifiquei a ajudar.

“Você quer me ajudar? Então corta tomate, cebola e pimentão. BEM PEQUENO OK! Mas corta ali, sentadinho, nada de ficar andando pela minha cozinha!”

Muito obediente, sentei no banquinho lá no canto e pacientemente cortei tudo. Claro que demorei quase uns 40 minutos para isso, enquanto ela resmungava um dialeto estranho ao esmagar o aipim (na minha terra macaxeira é aipim) para fazer o purê. Claro que ela é muito mais rápida que eu e no fim o almoço ficou pronto a tempo.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. O saldo do foi ótimo, mas assim que as visitas saí­ram ela virou pra mim e disse “nunca mais eu invento um cardápio nordestino em toda minha vida, aproveite bem os restos, nunca mais vou fazer isso, oh trabalho do cão”.

Comiendo en Barcelona

Daqui exatamente uma semana eu estou viajando para Barcelona, considerada a cidade mais gastronômica do mundo!

Entre todos os meus medos e ansiedades, é óbvio que tem também o receio das comidas que eu vou encontrar por lá.

A Jaci me deu um guia lindo de restaurantes de lá e eu me comprometo a visitar alguns e postar aqui.

Em um outro guia de viagem que minha mãe me deu, tem alguns pratos tí­picos da Catalunha. Olha só que eu provavelmente vou desgustar por lá:

Arròs negre: é o prato com arroz mais famoso da Catalunha. Originário da Costa Brava, combina arroz, lula, tamboril, mariscos, cebola, alho, tomates, caldo de peixe, azeite de oliva e a tinta da lula.

Amanida: salada que combina legumes com queijo, carne defumada, peixe ou mariscos.

Botifarra amb mongetes: linguiça preta grelhada com feijão branco.

Esqueixada: salada com bacalhau, cebola e pimentões.

Llagosta i pollastre: lagosta e frango ao molho de tomate e avelã.

Parrillada de mariscos: camarão e lagosta grelhados e servidos com maionese de alho.

Pollastre rostit amb samfaina: frango assado com samfaina, combinação de verduras da Catalunha.

Crema catalana: creme de ovos com açúcar caramelado.

Coca de Sant Joan: bolo fermentado, coberto de frutas cristalizadas.

Suquet: guisado de peixe, mexilhão e camarão.

Canelons a la barcelonesa: cannelloni com fí­gado de frango e carne de porco.

Paella: arroz, frutos-do-mar e carnes de frango e porco.

Fideus a la cassola: macarrão, pimentão, costeleta ou lombo e linguiça.

Cymbopogon citratus

Capim-Santo (Cymbopogon citratus)
Indicações: bactericida, antiespasmódico, calmante, analgésico suave, carminativo, estomáquico, diurético, sudorí­fico, hipotensor, anti-reumático. Mais utilizado em diarréias, dores estomacais e problemas renais.
Parte usada: folhas.
Preparo e dosagem
Infusão: 4 xí­caras de cafezinho de folhas picadas em 1 litro d’água, tomar 1 xí­cara 2 a 3 vezes ao dia.
Toxicologia: pode ser abortivo em doses concentradas.

Além de ser uma planta medicinal, o Capim Santo é o nome de um restaurante com unidades em São Paulo e em Trancoso (BA). E foi na filial paulista onde eu comemorei meu aniversário.

Juro que quando ouvi a Claudia falando pela primeira vez desse restaurante não fiquei morrendo de vontade de ir lá. Sempre pensei que capim-santo era remédio e não podia de jeito nenhum ser um suco delicioso ou ser misturado ao brigadeiro.

Pois é, sexta-feira eu experimentei as receitas do lugar que levam a planta e mudei completamente de idéia.

Eu, a Claudia e a Jaci aproveitamos o São Paulo Restaurant Week e experimentamos o cardápio para o festival. As opções foram sopa de alho poró, como entrada; linguini ao molho de limão ou muqueca de peixe com purê de aipim, de prato principal; e o tradicional trio de brigadeiros na colher, como sobremesa.

Com certeza esse é um lugar que merece outras visitas, não só por causa da sua comida, que inova ao refinar coisas simples como o uso dessa plantinha medicinal, mas também por causa de seu ambiente agradável.

A peleja do jerimum com a acerola

Por Fernando Souza

Salve, salve Restaurante Week! Graças a esse evento maravilhoso que acontece pela 3ª vez na cidade de São Paulo tive a oportunidade de conhecer o restaurante Cordel, acompanhado de Cláudia Midori, Alexandre Fugita e Talita Mariano.

Localizado na rua Aspicuelta, 471, é uma pedra preciosa no centro da Vila Madalena, rodeado pelos barzinhos POPs da região, o local foge à regra e trata objetos e sabores da cultura popular nordestina com requinte e bom gosto. Muito bem decorado, espaço amplo e arejado – com direito a fonte de água cristalina e um belo teto de madeira rústica e muita luz natural.

Para o SPRW, o cardápio do almoço tem um creme de jerimum (que ninguém quis provar) e a salada mandacaru que foi a minha (e de todos) escolha! Aprovadí­ssima, a salada tem croutons de queijo de coalho para a entrada.

Como prato principal há duas opções: filé de frango ao molho de acerola na cachaça, com arroz de abobrinha e castanha-de-caju torrada ou ravióli de jerimum com carne seca.

Se a essa hora você estiver se perguntando o que é jerimum, como fez nossa amiga Talita, pois bem é a nossa conhecida abóbora madura e esse é mais um detalhe interessante da preocupação do restaurante em manter a regionalidade até mesmo no nome dos alimentos.

De volta ao ravióli, que foi a minha escolha aprovada com louvor. Embora a apresentação do prato não seja das melhores, o sabor é maravilhoso – muito equilibrado – é possí­vel sentir o sabor da abóbora em harmonia com o molho da carne seca.

Experimentei também o filé de frango, e este já possui um sabor bem mais encorpado, diferente dos agridoces que estamos acostumados no dia-a-dia. O sabor adocicado e marcante da acerola junto ao leve toque de cachaça dão um toque especial ao filé.

A sobremesa, bolo de rolo de goiabada e/ou doce de leite ou torta morna de banana com sorvete de nata.

Se estiver acompanhado, não há como resistir à troca de prato, pois as duas escolhas são excelentes.

Enfim, o Cordel é um ótimo lugar para você conhecer e saborear ótimos pratos, curtir o som ambiente com uma boa música nordestina e, no final, ainda levar para casa um pouquinho da literatura de cordel.

Cordel Restaurante e Bar
Rua Aspicuelta, 471, Vila Madalena
Telefone: 11 3554-7681