Author Archive

Mâche

Aqui na França existe uma diversidade muito grande de legumes e verduras, acho que só de maçã deve ter uns 8 tipos diferentes no supermercado. Alface tem de todo tipo que você imaginar, abóboras de mil formas e tem até abobrinhas gostosas.

Mas o que eu mais gosto aqui é a “mache” (em português mâche), uma folhinha verde escura bem pequena, que não é amarga, é levemente crocante e fica uma delícia na salada, seja sozinha, seja acompanhada de alface americana (que aqui se chama “iceberg”… rsrs).

E ainda não tinha encontrado a tradução pro português e achava que nem existia aí no Brasil, até receber uma newsletter divulgando um curso só de saladas da Escola Wilma Kövesi de Cozinha. Sim! Existe mâche no Brasil, ela pode ser encontrada em alguns (poucos) lugares em São Paulo. Mas nem tente procurar por agora, ela é uma verdura de inverno…

A mâche é rica em fibras, em vitamina C, betacarotenos, anti-oxidantes, omega 3, vitamina B9 – e com tantas qualidades também é conhecida como a salada anti-estresse. Tem sua origem na bacia mediterrânea, existem imagens dela nos túmulos egípcios e numa pintura perdida de Leonardo da Vinci. Hoje, é cultivada principalmente na região do Loire, na França, suas folhas são extremamente delicadas e seu cultivo e colheita exigem bastante cuidado.

Comidinhas em Amsterdã

Amsterdã é uma cidade linda! E pra completar ela oferece ao visitante muitas opções de comidinhas deliciosas.

Os Lanchrooms e padarias são imperdíveis, tem bolinhos e sanduíches além de bebidas quentes. São muitos pela cidade inteira, e suas vitrines são extremamente convidativas:

E o pão que eles usam para fazer grande parte dos sanduíches, à base de farinha de malte, é super bom!

O mercado Albert Cuypmarkt vale uma visita porque tem bons preços. É  uma feira livre com barraquinhas de roupas, frutas, verduras, queijo, arenque defumado (em Amsterdã não tive coragem de comer e é uma delícia… oh arrependimento, viu?) …

É possível fazer um lanchinho no mercado, mas se estiver chovendo como no dia em que fui, você vai querer muito ir pra um lugar seco e eu sugiro o Hannibal Lunchroom, lá tem um atendimento super simpático, e você pode comer um sanduíche ou panquecas.

Uma coisa fantástica que tem por toda parte na cidade é o “ribs ilimitado”, uma costelinha de porco acompanhada de salada e batatas fritas no melhor estilo coma até matar sua fome. Eu experimentei a do Satellite Sports Cafe, que custou 10 euros:

E para garantir que você provou um produto local, procure um dos restaurantes da rede de fast food local, a Febo. A melhor parte é a compra, você coloca a moeda, o forninho se abre e você pode pegar seu snack ou lanche.

Eu comi um croquete de carne levemente apimentado feito de massa de batata(1 euro). Tava bem bom!

E você não pode esquecer  de comprar um cone de batatas fritas, com um dos tradicionais molhos. Eu comprei um na noite de 24 de dezembro, com um molho que não tenho ideia de qual seja o nome do sabor, pedi algo que não fosse muito apimentado e o atendente me sugeriu um levemente adocicado. Delícia! E eles colocam mesmo muito molho, sem falar que a batata é macia por dentro e crocante por fora.

E a Holanda também é conhecida pelo Stroopwafel, um biscoito crocante, que lembra um wafle fininho com recheio macio de caramelo, ideal pra comer com chá, café ou chocolate quente; isso sem falar na torta de maçã. Não sei dizer qual é a diferença entre a torta de maçã holandesa e a francesa, é preciso provar, é muito boa! A da foto é da DeliParis:

Mercado Albert Cuypmarkt
Albert Cuypstraat entre a Van Woustraat e a Ferdinand Bolstraat , Amsterdam
Horário de funcionamento: das 10h às 17h

Hannibal Lunchroom
Ferdinand Bolstraat 92, Amsterdam

Satellite Sports Cafe
Leidseplein 11, Amsterdam

Febo
Vários endereços pela cidade

Delifrance
Damrak 83, Amsterdam

Ps. Num geral todo mundo fala inglês em Amsterdã, então você não vai morrer de fome,  e grande parte da sinalização importante também está em inglês, o problema são as placas das ruas, mas depois de um tempo você percebe que “straat” quer dizer rua e assim por diante. Para mais dicas pergunte nos comentários!

Raclette

Como aqui na Europa as estações são bem definidas, existem os pratos de inverno e os pratos de verão. E nesta época do ano com a neve caindo lá fora, não há nada melhor do que comer uma raclette.

Raclette é na verdade o nome de um tipo de queijo, de origem suíça, da região de Valais , tradicionalmente feito com leite de vaca cru, que derrete com facilidade. Daí vem o prato, derrete-se o queijo e ele é despejado sobre a batata cozida… hum!!

Os queijos usados para se fazer a raclette podem ser o Savoie, o Comte ou o Raclette, e aqui, nesta época do ano, é fácil encontrar as embalagens de “queijo para raclette”. É possível também encontrar “sabores” do queijo, como com pimenta do reino, vinho branco, cominho etc.

Além das batatas cozidas acompanham também a “assiette de charcuterie” (prato de embutidos/ prato de frios), cornichons (pepino em conserva), maionese caseira e pão.

Mas a melhor coisa é a forma de preparo, você põe o queijo nessa “frigideirinha” :

E coloca pra esquentar na máquina de raclette:

E quando o queijo derrete:

É só derramar o queijo sobre a batata cozida:

É um prato extremamente convivial e que não dá nenhum trabalho!

Como bebida aconselha-se servir vinho branco seco ou rosé e deve-se evitar a água ou bebidas frias, porque elas vão fazer o queijo endurecer no estômago, então para quem não toma vinho o ideal é uma xícara de chá bem quente!

Ps. Sei que esse prato não combina muito com o calor que tem feito no Brasil, mas aqui está nevando:

Pão de queijo na França

Na semana passada bateu uma saudade de pão de queijo e encontrei o preparo num supermercado de produtos exóticos aqui de Toulouse (Afro DomTom). Lá tem mandioca, açaí (o potinho custa 4 euros!), cachaça, polpa de frutas, fubá e preparo de pão de queijo!

O pacote de 250g custou 3 euros e achei super simples de preparar, basta acrescentar água e dois ovos, e desconfiando que só teria “cheiro” de queijo e não gosto, comprei também um queijinho parmesão e acrescentei na massa.

A massa é um pouco leve demais, prefiro um pão de queijo com mais “sustância” (aceito sugestões de receitas, porque aqui também vendem polvilho) e eu colocaria ainda mais queijo pra garantir o sabor, mas me regalei!

E todos os franceses que experimentaram (o pessoal da casa onde moro) gostaram bastante e me disseram que é um bom aperitivo. Eu, pessoalmente, prefiro um pãozinho de queijo acompanhado de café:

Diplomata pêra-marrons

Um dos produtos tradicionais dessa época do ano aqui na França é a castanha marrom (é por causa dessa castanha que usamos a palavra “marrom” pra coisas de cores “castanhas”). Ela pode ser comida cozida, assada na brasa, pode fazer parte de uma receita e também a partir dela se faz um creme muito utilizado em sobremesas.

A receita abaixo é simples e light, mas como é um pouco difícil encontrar o creme de marrom no Brasil (vi que ele pode ser encontrado em supermercados que vendem produtos importados por cerca de R$9), acredito que ele pode ser substituído por um creme de chocolate, um brigadeiro mole ou uma ganache de chocolate.

Diplomata* de pêras-marrom

Ingredientes:
100 ml  de leite desnatado
1 gota de essência de baunilha líquida
45 g de cacau em pó sem açúcar
1 iogurte 0% (de consistência firme)
açúcar ou adoçante a gosto
14 biscoitos champanhe
1 xícara grande de café forte
2 pêras
1 colher de sopa de suco de limão verde
200 g de creme de marrom
200 g de iogurte desnatado (de consistência firme)

Modo de preparo: Bata o leite com a baunilha, o cacau e o iogurte 0% até obter um creme bem homogêneo. Acrescente a quantidade de açúcar ou adoçante que preferir, bata mais um pouco. Reserve.

Corte os biscoitos em pedaços e mergulhe-os rapidamente no café, forre o fundo de 6 taças com a metade dos biscoitos.

Descasque e fatie as pêras e despeje o suco de limão, coloque a metade delas sobre os biscoitos. Em seguida despeje o creme de chocolate nas taças, faça uma nova camada de biscoitos e pêra.

Misture o creme de marrom com o iogurte e cubra as tacas com essa mistura. Leve à geladeira por 6 horas para que os sabores se misturem. Na hora de servir, polvilhe um pouco de cacau em pó.

*É uma variação da Bavaroise – no Brasil chamaríamos de Pavê. O nome é dado por ser um creme leve e estável numa alusão aos diplomatas.