março 2012 archive

Preço da comida na França

… ou o que se compra com 22, 75 euros:

Antes de tudo mostro a minha super sacola plástica resistente (feita a partir de plástico reciclado) – se você mora aqui e não tem uma é um extra-terrestre, porque aqui quase todo mundo leva uma sacola retornável pra fazer compras:

E tudo o que estava dentro da sacola:

Tinha: ovos(1,61€ com 6), espinafre, maçã, pêra, kiwi, tâmara, ameixa, mixirica, farinha de trigo (0,64€ ), açúcar, fermento em pó, linguiça, leite (0,95€), torradas de pão sueco, iogurte, tomate cereja, salgadinho e óleo (2,19€).

Frutas no detalhe:

Essas são as frutas de inverno e para se ter uma ideia, paguei 0,20 euros por cada kiwi e 2,20 € pelo quilo da pêra e da maçã.

Aqui são folhinhas de espinafre para fazer salada (1€):

Momento extravagância – tâmaras por 11,95€ o quilo… Essas três custaram 0,84 euros.

Linguiça com cèpes (um tipo de cogumelo) – aqui a carne de porco é bem mais barata do que a carne de boi. Um bom pedaço de carne bovina aqui custa entre 15 e 20 euros o quilo, já a carne de porco custa no máximo 10 euros o quilo.

Activia – aqui tem milhares de sabores – 4 potes de 125g por 1,79 euros.

Snack natureba com grãos de linhaça por cerca de 1 euro.

Aqui o fermento pra bolo vem em pacotinhos (0,86€ com 5), e comprei esse que diz que prolonga a maciez do bolo por 3 dias…

Como já disse aqui, adoro ir ao supermercado, pra mim é uma aventura gastronômica, sempre descubro um produto novo, coisas que eu nem imaginava que eram vendidas…

E eu não acho que fazer compras no supermercado aqui é caro, principalmente quando você pensa que o salário mínimo líquido francês é de cerca de 1000 €. Os preços que mostro aqui são do supermercado Simply, da rede Auchan, ele tem preços médios, existem os supermercados da rede Lidl e Dia que são mais baratos, mas nem sempre tem muita opção de escolha e muitas vezes é uma bagunça.

SPRW 2012: Como escolher entre 200 restaurantes?

Se grana suficiente eu tivesse, almoçaria e jantaria em restaurante do SPRW todos os dias entre hoje e dia 18 de março (meu aniversário \o/). Fato. Mas como não seria possível, por falta de verba e também de logística para tantas aventuras gastronômicas. Sendo assim, em todas as edições, separo os restaurantes que quero conhecer ou voltar usando alguns critérios como tipo de culinária, região da cidade (no caso São Paulo, mas há opções em nível estadual) e, claro, cardápio. Fruta de sobremesa, por exemplo, depõe contra pois não vale o preço do menu  (R$ 31,90 no almoço e a R$ 43,90 no jantar sem a inclusão de bebidas, serviço e couvert).

Tipo de culinária: Eu gosto muito de restaurantes italianos, japoneses e brasileiros no dia a dia, mas no SPRW eu sempre me arrisco em outros tipos de cozinha, como a francesa e a árabe. Também é uma boa oportunidade de experimentar restaurantes consagrados, como foi o caso do Dui na edição passada. Este ano, recomendo o Capim Santo, da aclamada chef Morena Leite, e o Tordesilhas, da incrível chef Mara Salles.

Região da cidade: como moro e trabalho na zona Oeste, procuro separar restaurantes com menu de almoço que fiquem nas redondezas. É uma forma de garantir que, tendo um tempo livre, consigo correr para um deles e experimentar algum cardápio. Já para o jantar, costumo escolher restaurantes de regiões mais distantes, no quais eu provavelmente não iria se não fosse por conta do SPRW. Na Vila Madalena, por exemplo, há boas opções para o almoço, como o premiado Ak Vila, o italiano Carlini e os franceses Allez Allez! e Lola Bistrot. Dos que conheci ano passado, gostei bastante do contemporâneo Adelaide e ótimo Prima Bruschetteria, pela primeira vez no SPRW.

Cardápio: com certeza o critério mais importante. Este ano, tem de tudo na minha lista (separei 23 restaurantes para poder escolher dentro de uma seleção menor do que os 200 originais). Gosto de experimentar pratos que não provaria no dia a dia, como o Filé de St Pierre com pesto de alcaparras e purê de wasabi do Robin des Bois, e a Bochecha de Vitello com risoto de parmesão com azeite de trufa do Wolf’s Garten. Mas não resisto também aos pratos que tenho certeza que vou gostar, como o menu do argentino La Balleriza (empanada, fraldinha com arroz portenho e fritas provençal de sorvete de creme com nozes e doce de leite Argentino).

Receita: Yakibifum

Com o calor que tem feito em São Paulo, nada melhor do que uma comidinha leve, não é? E leve não significa ser salada. Para quem não sabe, bifum é um tipo de macarrão muito usado pelos chineses e japoneses. Lá em casa a gente costuma fazer de três maneiras:

1. Bifum com omelete, peito de peru cortado em fatias bem finas temperado com um pouco de maionese e limão

2. Bifum com pepino em rodelas finas e fatias de presunto temperado com vinagre e açúcar

e a última é essa que vou colocar os ingredientes e preparo.

Obs: o pacote acima não custou nem 5 reais na Liberdade e a receita rende 7 porções

1/2 xícara de chá de acelga cortada em tiras finas (pode trocar por repolho ou usar os dois)

1/2 xícara de chá de vagem

1 pacote pequeno de shimeji ou shitake, você escolhe

1/2 xícara de chá de couve-flor e brócolis

Também corte em fatias finas 1 pimentão e 1 cebola grande. Rale uma cenoura e tempere 200g de frango (peito de frango) ou carne.

Como o preparo é muito rápido, corte e separe todos os ingredientes antes de começar o preparo.

Preparo do molho:

½ xícara de chá de shoyu

½ xícara de chá de água

1 colher de chá rasa de amido de milho

Sal e pimenta do reino a gosto

Misture todos os ingredientes e leve em fogo médio até engrossar levemente. Apague o fogo e reserve.

Preparo do bifum:

1 – Ferva um litro de água e desligue o fogo. Adicione o bifum e deixe por um minuto. Escorra com a ajuda de uma peneira passando por água fria corrente. Reserve.

2 – Tempere a carne com sal, pimenta e duas colheres de molho shoyu e reserve.

3 – Aqueça uma panela grande ou tacho, adicione o óleo (2 colheres de sopa) e refogue o alho (2 dentes picados) e as carnes até dourarem.

4 – Adicione aos poucos os ingredientes já cortados.

6 – Adicione o bifum preparado e misture para aquecê-lo e absorver o molho.

7 – Sirva ainda quente e jogue um pouco de gergelim.

Roubada gastronômica no Espaço Unibanco Pompéia

Algumas aventuras gastronômicas surpreendem pela coleção de erros que acontecem em uma única visita. E, quando é assim, cadê a vontade de voltar para comprovar se os problemas foram pontuais ou se fazem parte da rotina do restaurante? Esse foi o caso do almoço que tive no Intervalo Forneria, que faz parte do Espaço Unibanco Pompéia, no shopping Bourbon (SP). E olha que eu “namorei” o lugar antes de finalmente decidir sentar para degustar uma refeição antes de ir ao cinema. Que decepção!

As fotos acima são do couvert (R$ 10) que não é cobrado por pessoa. Apesar da cara boa, achei bem fraco: a focaccia estava molenga, com gosto de velha, e o “azeite especial” do cardápio não passada de azeite extravirgem com um pingo de shoyu no meio. Sério. O que salvou foi o pão, que chegou à mesa quentinho e macio – mas só ele não vale o pedido. E quando reclamei da focaccia com o garçom, ainda tive que aguentar a cara amarrada e as desculpas esfarrapadas sobre “tudo ser feito pela cozinha no mesmo dia” e blá, blá, blá. Aliás, estou selecionando algumas pérolas dessas para compartilhar com vocês em um post em breve. Voltando ao Intervalo Forneria, o pior ainda estava por vir. Estão vendo essa salada caesar (R$ 22) aí embaixo? Pois é, o “molho” era pura e simplesmente maionese industrializada, e em quantidade abundante. Resultado: ficou impossível comer o prato. Catei os pedaços gelados de frango, salvei algumas folhas e dispensei 3/4 da refeição.

O maridão foi um pouco mais feliz, mas mesmo assim não saiu satisfeito. Ele pediu um medalhão acompanhado de batatas e arroz (R$ 31). A carne estava saborosa, principalmente por conta da mostarda Dijon que veio por cima, mas o arroz e as batatas estão insossos, sem tempero mesmo, apesar da apresentação bonitinha. Com duas bebidas, a conta saiu por R$ 71 e resolvi não pagar os 10%, o que elevaria o valor para quase 80 pratas, e tive que presenciar novamente a cara feia dos garçons. Aliás, pelo menos três pessoas diferentes nos atenderam, todas nada simpáticas.

Intervalo Forneria
Espaço Unibanco Pompéia – Shopping Bourbon, 3º andar
Rua Turiassu, 2100 – Barra Funda – São Paulo
Telefone: (11) 2769-7928