Posts Tagged ‘couvert’

Amorim Chéri: opção deliciosa na Augusta

Um bistrô. Uma doceria. Uma lanchonete. Uma cafeteria. O Amorim Chéri, no coração da Augusta, entre a Alameda Franca e a Tietê, é uma gracinha de lugar – e ainda tem uma comida boa à beça por um preço bem digno. O restaurante e pâtisserie é comandado pela chef Flávia Amorim e tem como conceito funcionar direto do meio-dia até às 20h, servindo como lugar para almoço, lanche, café da tarde e até jantar. Peço desculpas pela escuridão das fotos, pois minha visita foi para um almoço tardio às 18h. Com inspiração francesa, a casa oferece doces e salgados deliciosos, além dos pratos com cara e preço de bistrô. No cardápio, o destaque são os ovos, que ganham quase um menu a parte de tantas opções (a Cláudia vai adorar!).

Maridão e eu provamos a quiche pequena de salmão (R$ 7), muito saborosa, apesar de um pouco seca. Fabuloso é o couvert (R$ 6 por pessoa), uma incrível combinação de pães feitos na casa, que chegam bem quentinhos à mesa, manteiga e pastinha de queijo de cabra com azeite de ervas. Para quem, como eu, ama pão, principalmente em couvert, é realmente uma excelente opção. E totalmente acessível. O melhor era o pão de ervas, mas o pão italiano também estava perfeito. Fiquei bem animada para o prato principal e não me decepcionei.

Todos os dias, de segunda a sábado, a casa oferece pratos a R$ 25, que não estão no menu oficial do restaurante. Escolhi um filé de peixe (saboroso) com arroz de grãos (divino!) que veio precedido de uma saladinha de folhas com confit de tomate em rodelas e molho de frutas vermelhas. Além da boa comida, o Amorim Chérie se destaca pelo atendimento cuidadoso e pelos doces, que são uma tentação. Para não sair muito da linha, escolhi o crocante de amêndoas (R$ 3,50), uma coisinha deliciosa e pequena, na medida. Para quem gosta de mais emoção na hora da sobremesa, não faltam opções, como tortas (a de pera tem boa saída) e tarteletes mais substanciosas. Em breve, o proprietário, cunhado da chef, espera que a casa comece a funcionar também aos domingos.

Amorim Chéri
Rua Augusta, 2321 – São Paulo
Telefone: (11) 3061-3283
Aberto de 12h às 20h, de segunda a sexta

Roubada gastronômica no Espaço Unibanco Pompéia

Algumas aventuras gastronômicas surpreendem pela coleção de erros que acontecem em uma única visita. E, quando é assim, cadê a vontade de voltar para comprovar se os problemas foram pontuais ou se fazem parte da rotina do restaurante? Esse foi o caso do almoço que tive no Intervalo Forneria, que faz parte do Espaço Unibanco Pompéia, no shopping Bourbon (SP). E olha que eu “namorei” o lugar antes de finalmente decidir sentar para degustar uma refeição antes de ir ao cinema. Que decepção!

As fotos acima são do couvert (R$ 10) que não é cobrado por pessoa. Apesar da cara boa, achei bem fraco: a focaccia estava molenga, com gosto de velha, e o “azeite especial” do cardápio não passada de azeite extravirgem com um pingo de shoyu no meio. Sério. O que salvou foi o pão, que chegou à mesa quentinho e macio – mas só ele não vale o pedido. E quando reclamei da focaccia com o garçom, ainda tive que aguentar a cara amarrada e as desculpas esfarrapadas sobre “tudo ser feito pela cozinha no mesmo dia” e blá, blá, blá. Aliás, estou selecionando algumas pérolas dessas para compartilhar com vocês em um post em breve. Voltando ao Intervalo Forneria, o pior ainda estava por vir. Estão vendo essa salada caesar (R$ 22) aí embaixo? Pois é, o “molho” era pura e simplesmente maionese industrializada, e em quantidade abundante. Resultado: ficou impossível comer o prato. Catei os pedaços gelados de frango, salvei algumas folhas e dispensei 3/4 da refeição.

O maridão foi um pouco mais feliz, mas mesmo assim não saiu satisfeito. Ele pediu um medalhão acompanhado de batatas e arroz (R$ 31). A carne estava saborosa, principalmente por conta da mostarda Dijon que veio por cima, mas o arroz e as batatas estão insossos, sem tempero mesmo, apesar da apresentação bonitinha. Com duas bebidas, a conta saiu por R$ 71 e resolvi não pagar os 10%, o que elevaria o valor para quase 80 pratas, e tive que presenciar novamente a cara feia dos garçons. Aliás, pelo menos três pessoas diferentes nos atenderam, todas nada simpáticas.

Intervalo Forneria
Espaço Unibanco Pompéia – Shopping Bourbon, 3º andar
Rua Turiassu, 2100 – Barra Funda – São Paulo
Telefone: (11) 2769-7928

Paris 6: 24 horas de sabor

A rua Haddock Lobo, que fica nos Jardins (SP), oferece muitas excelentes aventuras gastronômicas para (quase) todos os bolsos. Isso porque, mesmo nos lugares mais simples, como é o caso do Pão de Queijo, que nem tem mesas para degustação, nada é baratinho. Mas para isso basta ir para a rua ao lado, a Augusta, bem mais democrática. Como eu queria levar minha sogra a um lugar bacana e diferente do que ela encontra no Rio, escolhi o Paris 6, bistrô 24 horas quase na esquina entre a Haddock e a Alameda Tietê. E para ela, que conhece e adora Paris, foi uma ótima experiência.


Antes que comecem o #mimimi, eu não me importo de pagar caro por uma refeição: basta que ela seja de qualidade – e este é o caso do Paris 6, e outros restaurantes já citados por aqui, como o Epice, o Na Cozinha… Dito isto, vou começar falando dos pratos principais. Como o maridão é louco por carne vermelha, escolheu como o Bavette L’Echalottes à Marcelo Adnet (fraldinha com molho madeira e batatas gratinadas – R$ 47). Carne macia, molho sem excessos, batatas derretendo na boca e uma ótima apresentação. Lamentei não ter feito o mesmo pedido… Mas seguindo firme rumo ao peso saudável, escolhi o Caesar Salad à Miguel Falabella (R$ 25), mais barata que a do Outback mas menos saborosa que a do A Chapa. Senti falta de mais frango, que chegou à mesa na mesma temperatura da salada.

Minha sogra preferiu uma sopa de legumes bem clássica (R$ 21) e gostou bastante, tanto que só emitiu sua opinião ao terminar o prato. No entanto, para mim, o melhor da noite foi o couvert (R$ 12 por pessoa) e a sobremesa. Farto de pãezinhos, que podem ser repostos, o couvert tem manteiga, azeitonas e uma pasta de frango deliciosa. Adorei o pão integral, a mini baguete e o pão com queijo que chegaram à mesa quentinhos. Para encerrar a noite, dividimos um petit gatêau de doce de leite (R$ 17) maravilhoso, daqueles com recheio abundante e quente. Repetiria fácil!

O susto veio quando a conta chegou e vimos o preço das bebidas. Sabíamos que o restaurante não era barato, mas cobrar R$ 6 por refrigerante e água mineral (300 ml), R$ 7 por suco de fruta e R$ 6 por um cafezinho é punk. De qualquer forma, o programa valeu pelo ambiente (ficamos na varanda, onde a música é bem menos alta) e pelo momento.

Paris 6
Rua Haddock Lobo, 1240 – Jardins – São Paulo
Tel: (11) 3085-1595

Para quem gosta: mais couverts \o/

Depois do último post sobre como amo couverts, resolvi reunir mais alguns para aqueles que (quase) nunca recusam uma boa cestinha de pães. Também listei uns não tão bons assim, para que ninguém caia nas mesmas armadilhas.

America: Um dos meus preferidos, sem dúvidas, é o do América. Pão de queijo quentino, pão preto, grissini, pastinha de queijo e manteiga, tudo reposto infinitamente a gosto do freguês. É o paraíso em forma de couvert. E ainda dá para pedir uma salada depois para compensar o excesso de carboidratos.

Oryza: Super original, o couvert é composto por pão de arroz (ingrediente de muitos pratos e até de sobremesas) e manteiga queimada com flor de sal. Para quem gosta de um pão mais encorpado, é uma boa pedida.

Dui: Quando experimentamos o menu do SPRW, pedimos o couvert à parte. E foi uma escolha para lá de acertada! Três tipos de pão (mini broa, pão italiano e tipo francês), todos aquecidos, guarnecidos por manteiga, ricota temperada e flor de sal. Absolutamente delicioso e, apesar de não ser baratinho, também pode ser reposto.

Quattrino: Apesar de ser localizado na Oscar Freire – e super badalado por famosos – achei que o couvert poderia ser melhor pensado. As torradas são gostosas, mas se tivesse também um pão italiano faria um melhor par com a ricota temperada, que não vem amolecida. Os legumes são bacanas para quem quer evitar comer apenas carboidratos pesados. Não pediria de novo.

Benedetto: Além de ser uma delicinha, o couvert aqui é gratuito. Sim, de graça. 0800. Na faixa. E pode ser reposto. Enfim, paraíso. Torradinhas com alho, três tipos de antepastos, pão italiano e manteiga. Imperdível!

Rosa Bistrô: Para comer pão francês frio e mole, eu como em casa, certo? O diferencial aqui fica na manteiga de ervas: deliciosa! Acompanha também beringela, apenas correta. Uma mudança no pão faria bem ao couvert do Rosa.

Rosa Bistrô & Botequim: em busca de um diferencial (e um melhor atendimento)

Em uma das noites mais tristes que tive neste ano, por conta do falecimento de um amigo muito querido, fui ao Rosa Bistrô & Botequim. Não queria ficar sozinha e o maridão estava viajando, então tive a companhia de uma amiga na empreitada de tentar me distrair um pouco – e de quebra ainda conhecer um lugar novo e perto de casa. Acima, a caipirinha com frutas vermelhas que ela escolheu para começar os trabalhos. Eu fiquei no refrigerante mesmo. No couvert (R$ 9), a cestinha de pães pode ser reposta, mas traz fatias de pão francês sem a menor graça. Ainda bem que os acompanhamentos compensaram a falta de sal: a berinjela estava no ponto e a manteiga de ervas brilhou em nosso paladar.

O ponto mais fraco da noite foi a porção de batatas rústicas (R$ 18,80), extremamente salgadas a ponto de devolvermos para a atendente depois da segunda mordida. Ela ainda perguntou se não queríamos outra, mas informou que todas tinham o mesmo sabor pois ficavam temperadas em sal grosso durante o dia. Claro que declinamos. Depois perguntou se não queríamos as batatas normais, segundo ela, do tipo congeladas. Declinamos novamente. Acabamos pedindo uma porção de coxinhas (R$ 18,80), gostosinhas e tal, e um a porção de bolinho de risoto (R$ 22,80), que não passa de um bolinho de arroz bem normalzinho.

Cheguei à conclusão de que o grande problema do Rosa Bistrô é oferecer petiscos muito comuns, do tipo que comeríamos em qualquer outro lugar. Depois do pão francês, das coxinhas e dos bolinhos, pedimos uma porção de pastéis (R$ 23,20) que eu poderia ter feito em casa. Novamente a atendente, simpática mas lenta demais (esqueceu de anotar dois pedidos por duas vezes seguidas), influenciou no pedido: apesar de o cardápio dizer que os pastéis eram mistos, com queijo e carne, ela afirmou que vinha também pastel de carne seca. Até hoje estou procurando a carne seca e o queijo, porque na nossa cesta só tinha pastéis de carne. E como o atendimento estava lentíssimo mesmo com a casa vazia, nem reclamamos. A única coisa que eu repetiria na próxima visita seria o Mukiadinho (R$ 23,60), dois mini-escondidinho de calabresa e carne seca, que tem cream cheese no recheio, que deixa um gosto meio azedinho bem diferente. Saí com a impressão de que o lugar tem potencial, mas ainda falta se encontrar – tanto no cardápio quanto no treinamento aos atendentes, algo que precisa ser observado com atenção.

Rosa Bistrô & Botequim
Rua Dr. Melo Alves, 82 – Jardim Paulista – São Paulo
(o cardápio completo, com preços, está no site)
Telefone: (11)  3297-8249