Mais da série Conhecendo São Paulo: Pão de Queijo Haddock Lobo

Por escrever sobre gastronomia, sempre recebo dicas para novos posts, vindas de amigos, conhecidos e de pessoas que comentam por aqui. Quem me falou sobre o Pão de Queijo Haddock Lobo foi uma colega de trabalho – ela já experimentou algumas delícias da Vila Madalena comigo, e adora! Segundo sua recomendação, o local já havia ganho vários prêmios de “melhor pão de queijo” e vivia sempre cheio, mesmo sem ter mesas para degustação. eu tinha que conferir e aproveitei a manhã do último sábado para tomar um cafezinho e levar uns quitutes para casa.

Primeiramente, preciso dizer que o pão de queijo (R$ 4) é realmente espetacular. Fresquíssimos, os pães tinham acabado de sair do forno direto para a bancada da loja pequenina (há fotos da fachada aqui, para quem não conhece) e derretiam na boca. Com sabor de queijo de verdade, o que certamente fez com que o lugar ganhasse todos os prêmios que já ganhou, a massa é feita com polvilho doce e pode ser comprada crua (R$ 30/quilo). Na foto, parecem dois, mas é um só – o formato é irregular, então sempre tem um e mais um bocadinho para ser saboreado.

Sem exagero: nos dez minutos que fiquei na local, ao menos vinte pessoas entraram e saíram, a maioria com pedidos para viagem. Uma levou 20 pães de queijo e latas de refrigerante; a outra escolheu alguns doces e mais dois pedaços de torta de frango (R$ 12 a fatia); uma terceira comeu um pão de queijo lá mesmo, levou mais dois para casa e fechou a compra com dois brigadeiros (R$ 4 cada). Tudo com a calma e a precisão de quem compra ali sempre, talvez em todos os fins de semana, ou até diariamente. Eu acabei tomando um expresso com espuma de leite (R$ 4,50) e levei um pão de queijo extra para casa – o maridão merece, né? Faltou experimentar o quindim (R$ 5) e o bombocado (R$ 4), que também são famosos.

Mas não resisti a experimentar também outros quitutes, todos para viagem senão não há dieta que aguente. Assim, pude saborear com calma, durante o fim de semana, e ainda dividir para não pesar tanta na consciência – e na balança. O brigadeiro, enorme por sinal, tem gostinho caseiro. O bem-casado (R$ 5) também é muito gostoso, melhor que muitos que comi em casamentos por aí. A torta de frango acabou virando parte do jantar do sábado, junto com uma salada. Voltarei outras vezes com certeza! Mesmo pequeno e sem lugares para sentar, os atendentes são super simpáticos e atendem a todos com um sorriso no rosto. Tem coisa melhor?

Ávila: sofisticado, bonito e gostoso

Até mesmo em almoço de trabalho a gente arruma um jeitinho de avaliar gostosuras para dividir com vocês. Recentemente fui ao Ávila, casa bem elegante e especializada em parrilla, que fica no Itaim, para um evento corporativo. Mantendo a mentalidade “não vou enfiar o pé na jaca”, experimentei o menu executivo do restaurante: grelhado com dois acompanhamentos + sobremesa + café por R$ 49,90. Mesmo tendo contrafilé entre as opções de grelhado, optei por uma posta de salmão com salada e purê de batatas. Pelos demais preços do cardápio, acho que vale bem a pena. Atendimento impecável em um espaço chique e amplo.

Acabei dispensando a sobremesa do dia – as opções eram fruta ou torta de maracujá – e fui logo para o café bem tirado. Antes do almoço, pedimos couvert na mesa (fico devendo o preço por pessoa) que vem com pães de queijo, mini pães franceses, manteiga, antepastos e dois itens servidos no prato – linguiça fritinha e uma salada de folhas fartamente temperada. Saí de lá com certeza de que voltaria, tanto para um almoço de negócios quanto para um jantar, entre amigos ou com o maridão. Para quem aprecia vinhos, a enoteca do Ávila é extensa e eclética. Na próxima visita, a capa de contrafilé com papas fritas não me escapa 😉

Ávila
Rua Bandeira Paulista, 524 – Itaim – São Paulo
Tel: (11) 3167-2147

Japonês na França

Como o Ano Novo chinês é comemorado amanhã, a professora assistente de chinês (sim, aqui na França é possível estudar chinês no Ensino Médio) que trabalha na mesma escola que eu me convidou pra jantar num restaurante chinês na última quarta.

Quando telefono pra ela dizendo que ia me atrasar, ela me diz que o restaurante chinês estava fechado (?!) e que iríamos em um japonês. Desde que cheguei aqui (e faz 4 meses hoje) ainda não tinha ido em um restaurante japonês.

A primeira surpresa – no cardápio constava um “barbecue” (churrasco) com opções de carne ou peixes. Como assim churrasco em restaurante japonês?

Trouxeram para mesa esse aparelho e a carne crua, e você mesmo grelha a carne. É uma delícia! A carne era macia e tinha um tempero gostoso e o restaurante contava com exaustores acima das mesas. Mas não tenho ideia de onde vem a tradição, China? Japão? Coreia? Vietnam?

Vocês não imaginam a minha surpresa ao colocar o nome do restaurante no Google  (Yakiniku) e descobrir é o nome de um prato japonês. É um método de cozimento de legumes e carnes numa placa de cozimento (à gaz, eletricidade ou carvão) que tem origem num tipo de churrasco coreano. Só o Google salva.

Como não tinha ideia de como era o tal churrasco, optei por um combinado que tinha salada e misoshiru (com cogumelos fatiados dentro) como entrada e como prato principal um bowl com arroz e sashimi de salmão (14,50 euros).

O salmão estava super fresquinho e o arroz estava muito bom! Detalhe, o gengibre tinha a mesma cor do salmão, porque eles marinam em algum molho.

As outra meninas pediram espetinhos (“brochettes”) variados (14,50 euros também com a entrada).

Apesar de um pouco caro para o nosso budget, todo mundo saiu do restaurante satisfeito.

Yakiniku

11, Boulevard de Strasbourg – Toulouse

Las Chicas: toda fofura tem seu preço

Como a Camila e a Cláudia já contaram por aqui, nós gravamos uma matéria para a Record News no restaurante-garagem Las Chicas, um lugar que eu queria muito conhecer há tempos. Todo fofo e com comidinhas para qualquer hora do dia, o espaço é uma gracinha – mas, de acordo com as escolhas feitas no menu, a conta pode pesar bem no bolso.

Como chegamos antes da equipe, pedi um cappuccino com doce de leite (R$ 10), servido em uma caneca muito cute, e um pão de queijo (R$ 4) de tamanho generoso – e que achei bem mais gostoso que o “melhor pão de queijo de São Paulo“. E mais barato! Com sabor caseiro e delicioso, o lanche foi um ótimo começo de refeição, afinal era hora do almoço e a fome era grande. Acabamos almoçando só depois da gravação. Eu escolhi experimentar o bufê (R$ 45 por pessoa na hora do almoço) e gostei bastante: as folhas estavam frescas, a carne era bem saborosa (apenas um pouco seca) e comi um tabule de quinoa e um arroz com alho poró que estavam divinos. Recomendo também o pão de provolone, do qual provei apenas uma fatia fina para não pesar na dieta.

Não resisti à sobremesa (isso que dar chegar na hora do almoço com muita fome #ficadica) e pedi um bolo recheado com carolina com doce de leite (R$ 12). Apesar do gostoso mousse da camada superior, a parte de baixa estava bem ressecada e acabou ficando de lado. Não achei que valeu o preço. Pena que não escolhi o mesmo que a Cláudia ou a Camila, que foram bem mais felizes que eu neste quesito. Como dá para ver abaixo, opções não faltam para um docinho no meio do dia ou para uma sobremesa depois da refeição. E esse é o charme do Las Chicas.

Las Chicas
Rua Oscar Freire, 1607 – Pinheiros – São Paulo
Tel: (11) 3063-0533

Comida de dragão

Hoje fui ao cursinho, no bairro da Liberdade, e vi que a praça e a rua Galvão Bueno estão decoradas para a comemoração do Ano Novo Chinês.  O 4710o ano desse calendário é representado pelo dragão.

Não só na Liberdade, mas também em outros pontos da cidade, acontecem demonstrações de dança, artes marciais e apresentações musicais.

Especialmente, no tradicional bairro oriental de São Paulo, estão montadas barraquinhas de artesanato e, é lógico, pratos tradicionais. Nessa ocasião, a comida mais típica é um bolinho cozido, chamado jiaozi.

Para quem não puder dar um pulo até a festa e experimentar o bolinho, dá para tentar fazer em casa.

Jiaozi

Ingredientes para a massa:

500g de farinha de trigo
200ml de água morna
1 colher de chá de sal

Em uma tigela, coloque a farinha e o sal e vá acrescentando a água aos poucos, mexendo sempre até que a mistura fique homogênea. A massa não pode ficar pegando; ela deve se desgrudar facilmente dos dedos.

Depois de pronta, deixe-a descansar por 30 minutos na tigela tampada e polvilhada com farinha de trigo.

Polvilhe farinha de trigo sobre uma superfície lisa e abra a massa até deixá-la bem fina. Depois, com a boca de um copo, corte-a em círculos concêntricos.

Ingredientes para o recheio de carne:

1kg de carne moída (preferencialmente de porco)
1/3 de um pé médio de acelga
1/3 de um pé médio de repolho
3 dedos de gengibre ralado
1 colher de sopa de molho shoyo
1 colher de café de vinagre de arroz chinês
Sal a gosto
Glutamato monossódico (Ajinomoto) a gosto

Em uma tigela, misture a carne com o gengibre. Acrescente o sal, o shoyo e o vinagre. Incorpore à mistura o repolho picado e a acelga. É importante que todos os vegetais estejam bem picados para que não perfurem a massa do jiaozi.

Pegue a massa cortada em círculo e a coloque no centro de sua mão. Sobre ela, largue uma colher de café do recheio. Feche primeiro a massa no centro superior e, depois, comece a fechar um dos lados com pequenas dobrinhas. O processo é semelhante ao do pastel. Certifique-se de que a massa esteja bem fechada, para que o ravióli não abra durante o cozimento. Coloque-os sobre um prato polvilhado com farinha de trigo (a farinha vai garantir que os jiaozi não grudem durante a fervura).

Na água fervente, mergulhe os raviólis um a um e tampe a panela. Quando voltar a ferver, acrescente um copo de água fria. Repita o processo por duas ou três vezes (para recheios de carne, é aconselhável deixar ferver por três vezes). Retire-os da água com uma escumadeira e sirva quente (jiaozi frio faz mal para o estômago!), acompanhados do molho.

Ingredientes para o molho:

1 porção de molho shoyo
1 porção (igual) de vinagre de arroz chinês (escuro)
Cebolinha picada a gosto
Sal a gosto

Se quiser, esmague também um dente de alho e acrescente à mistura.

No site da Rádio China Internacional, tem um vídeo explicando passo a passo.

Para conhecer a programação da festa, visite o site oficial do evento.