julho 2011 archive

Workshop Octávio Café: Pelo Sabor do Gesto

Por Nathalia Triveloni

Um belo dia, vou fazer minha visita às meninas do “Aventuras Gastronômicas” e me deparo com uma oportunidade: Workshop com os dois maiores baristas do mundo. Caramba! Isto deve ser no mínimo… incrível! O chantilly do espresso veio com o sorteio de uma única vaga pra fazer parte do seleto grupo e a pessoa que escreveu algo pequeno, mas muito intenso ganhou. E ela dizia o seguinte: “Poxa, eu queria muito ir!”

Oi, eu sou Nathalia Triveloni, escrevo, AMO café, quero muito ser cozinheira. E… eu ganhei a vaga! Uhuw!

Resumindo, eu não entendo nada de técnicas, “baristicamente falando”. Mesmo assim, não perderia esta chance por nada. Cheguei mais cedo, tomei um latte macchiato no majestoso Octávio Café e observei. Uma vez socióloga, sempre socióloga. Eu adoro gente, mesmo que no pacote venham todas as crises, defeitos, frustrações… eu adoro observar gente! E fiquei lá por um tempo, observando as pessoas em meio aos aromas e sabores. Pouco antes do horário combinado, subi a rampa – que tem gravado em sua madeira informações sobre cafés, as quais ficam iluminadas a cada passo que damos – e me deparei com o secretário da Associação Brasileira de Café e Barista, o qual me fez  a sublime pergunta: “Você é uma especialista?” . Não, não entendo de grãos, nem de equipamentos, muito menos de criação de novos drinks. Mas, eu entendo de gosto. Isto vale?

Depois do meu encontro com o Alejandro Mendez (o número 1) e o Pete Licata (o número 2), percebi que vale.

Pete Licata e Alejandro Mendez (da direita)

Quando falo gosto, vai além de um sabor palatável. O gosto tem a ver com prazer. Diante de mim, os caras mais entendidos de café do mundo. E eles tinham um ingrediente secreto: A paixão.

A vida de barista não é nada fácil, gente. Pra falar a verdade, ser barista é ser um monte de coisas. Você precisa ser físico, químico, entender de matémática, falar várias línguas, ser agricultor, copeiro e tudo mais. Você tem que cuidar do café desde a ideia de que uma semente será plantada. E observar os ventos, o clima, fazer cálculos, misturar tipos numa alquimia perfeita, abrir e fechar os pacotes de acordo com o nível do mar do lugar em que você se encontra e mostrar ao mundo o melhor sabor que ele pode provar.

O que o Alejandro e o Pete me entregaram naquelas três horas juntos foi a humildade de ser genial. Não há nada mais gratificante na vida do que entregar sonhos. Eles podem vir através de uma história bem contada, de um quadro pintado com intensidade, de uma música cantada suavemente… de um gosto inesquecível. Não há nada mais gratificante do que proporcionar a alguém um sabor que o transporte para lembranças eternas, lugares escondidos, o colo de alguém que acaricia.

Aprendi com aqueles dois algo que, diante de tantos entendidos, eu não imaginei aprender. Eles me ensinaram a poesia que orquestramos ao preparar um café, quando fazemos o que amamos. Claro, eu fiquei super atenta às dicas práticas de ser um barista, mas eles me encantaram com a determinação e criatividade que possuem.

Saí carregada de aroma, de inspiração, de vontade de… tomar café enquanto escrevia um texto nada gastronômico (será?) para um site de gastronomia. Mas, eu queria passar este cafézinho com a receita certa, com cada punhado de aprendizado poético que tive ali.

O segredo de ser um grande barista está na determinação, na não-desistência, no grand finale pelo sabor do gesto.

Fotos do workshop aqui

Novos biscoitos da Nestlé

(Atualização Importante: só está a venda em parte do Brasil – Nordeste e Espírito Santo. Esperamos que por pouco tempo)

E nem venham me dizer que o certo é bolacha, hein, paulistas? Na embalagem está escrito biscoito, como se fala no Rio, e é que vou tratá-los, rs. Cláudia e eu visitamos a fábrica da Nestlé, a convite da marca, que fica em Caçapava, no início do mês. Além de conhecermos o Tour Chocolovers (que já está aberto para o público com inscrições no site), ganhamos chocolates e fizemos comprinhas na loja para funcionários – com um descontinho camarada.

Entre as novidades que pescamos lá (ok, ok, voltamos também carregadas de Kit Kat e cápsulas de Dolce Gusto, que ninguém é de ferro), destaco os biscoitos Baton, Serenata de Amor e Talento. O primeiro vem um pacote com 70 gramas, claramente direcionado para a criançada, com um tamanho que cabe na lancheira. De acordo com a embalagem, cada porção de 30 gramas tem 139 calorias de puro biscoito de chocolate com recheio de chocolate ao leite. Gostosinho, mas não compraria novamente.

O destaque do Serenata do Amor fica por conta dos pedacinhos de castanha de caju no biscoito em formato de “tortinha” com recheio cremoso como o do bombom. O sabor é bem gostoso e a mistura do chocolate com os demais ingredientes não deixou o biscoito enjoativo. Segundo a embalagem, o pacote tem 140 gramas e cada porção de 30 gramas possui 143 calorias e 70 mg de sódio (há também informações sobre gorduras e açúcares).

Mas, o meu preferido, claro, é o mais doce: o biscoito Talento vermelho. A massa mais escura deixou o sabor bem forte e doooooooooooce, logo se você não curte tanto assim chocolate nem se arrisque. O recheio com mais chocolate bem escuro é pontuado por pedacinhos de avelã… e babei só de pensar que já acabou. Resumindo: o produto é bom. É delicioso e ponto. Segundo a embalagem, o pacote tem 140 gramas e cada porção de 30 gramas possui 142 calorias e 80 mg de sódio…

Casarão do Café [fechado]

Com decoração aconchegante e cara de interior, o Casarão do Café fica em um rua tranquila (ao menos nos fins de semana), perto do buxixo da Faria Lima. Fui tomar café da manhã com o maridão em um sábado pela manhã, já que a casa não abre aos domingos, e fiquei surpresa com a variedade do cardápio com pães, bolos, sanduíches, saladas, sucos… Não à toa fica aberto até o final da tarde, já que é possível tomar café, almoçar e lanchar por lá.

Pedimos dois paulistas (R$ 12,20 cada) compostos por café com leite grande e baguete na chapa com requeijão a parte. Cafezinho delicioso, bem tirado, com espuma cremosa, valeu cada centavo. A marca usada é a Madame D’orvilliers, que eu nunca havia provado mas recomendo. Abaixo um mini-coador de pano bem fofo que quase comprei de tão lindinho.

Abaixo a baguete com queijo na chapa (requeijão a parte) que compunha o kit de café da manhã. Saborosa, mas preferi muito mais o pão de queijo (R$ 1,50 cada) que experimentei depois: textura consistente, sem ser pesado, com muuuuuuuuuuuuuuuuuuito sabor de queijo que remeteu às minhas lembranças de férias no sítio. Um dos melhores que já experimentei.


De sobremesa, fui de bolo caseiro de cenoura com cobertura de chocolate (R$ 4), uma fatia imensa por sinal. Gostoso, mas esperava mais – provavelmente o bolo feito no mesmo dia seja bem mais apetitoso, já que o meu com certeza era do dia anterior. O maridão ainda tomou um suco de laranja honesto a R$ 4,50. Com o “serviço”, o que achei meio forçado já que só havia nós dois no espaço durante toda a refeição e levantamos para pegar algumas coisas no balcão, a conta total foi de R$ 37,84 – bem razoável para tanta comilança matinal.

Casarão do Café
Rua Padre de Carvalho, 46 – Pinheiros – São Paulo
Tel: (11) 3815-2794
Segunda a sexta, de 8h às 18h
Sábado de 9h às 14h (fecha domingo)

Cervejaria Nacional: lugar para beber (e comer) bem

Apesar de beber pouco, quase nada, há pelo menos seis anos, fiquei super interessada em conhecer a Cervejaria Nacional, inaugurada em abril, no coração de Pinheiros (SP). Isso porque sei que, quem gosta de beber bem, também gosta de comer tão bem quanto, via de regra. E fui muito feliz em meu pensamento: mesmo para quem não quiser se aventurar nas cervejas artesanais e outras bebidas da casa (a fábrica fica no térreo, o bar no piso superior e o restaurante no terceiro andar) não sairá decepcionado com os quitutes – há para todos os gostos.


De cara, achei muito simpático a opção de pedir frituras em porções de 2 ou 6 unidades, com preços equivalentes. Dessa forma, é possível provar de tudo (como eu fiz) sem pesar no bolso ou dividir com os amigos. A porção acima é de fantásticos bolinhos de mandioca com lingüiça (R$ 6,80, 2 unidades, e R$ 17 a porção de seis), simplesmente deliciosos. Ir até lá e não prová-los é um crime, juro! Recomendo também os bolinhos de arroz com queijo e o croquete de carne que, pasmem, tem realmente carne.

Outro destaque para lá de positivo é a costelinha aperitivo ao molho barbecue (R$ 29, com 300 gramas) com Kurupira Ale (uma das cervejas da casa): no cardápio diz que a carne desmancha do osso, e não é exagero. O toque de limão cravo é um capítulo à parte. Também no caso da costelinha, é possível pedir a porção de 300 ou de 500 gramas, para qualquer tamanho de fome (ou gulodice).

Impossível deixar de recomendar também as linguiças artesanais (pois é, adoro linguiça!), acessível em três versões – tradicional, erva-doce ou picante – acompanhada de molho vinagrete, farofa e cesta de pães. Ainda na área de embutidos, a alheira (lingüiça especial feita de pão, alho e carne de porco) é outro petiscos que se tornou indispensável, com tempero no ponto e preço camarada (R$ 18 com vinagrete e cesta de pães). Infelizmente as fotos desses pratos não ficaram boas, terei que mostrá-las numa próxima vez.

Para quem quiser aproveitar algo a dois, recomendo o derretido de queijo com Mula IPA (outro tipo de cerveja da casa), feito com queijo emmenthal e cheddar, que também acompanha cesta de pães – tudo por R$ 22 e uma panelinha bem charmosa. O creme vem à mesa quente e se mantém aquecido pela vela.

Fiquei apaixonada também pelo cardápio em si, que é feito em formato de tablóide, com explicações sobre cada tipo de cerveja (todas com nomes com inspiração indígena). O serviço na primeira visita foi excelente, cordial e atencioso. Na segunda, apesar da gentileza do gerente, foi mais atrapalhado por conta de uma atendente que certamente estava em treinamento. Mas nada que comprometesse a alegria da refeição. A degustação dos cinco tipos de cerveja da casa custa R$ 15, com líquido o suficiente para pelo menos três pessoas experimentarem.

Uma coisa bem bacana é o fato de servirem água potável gratuita, gelada ou natural, o tempo todo na mesa. Para beber algo alcoólico é uma ajuda e tanto para evitar a ressaca – no meu caso foi ótimo porque bebo sempre muita água e fico indignada de pagar tão caro por alguns mililitros. Ficou faltando falar dos pratos, sim há pratos muitíssimos bem servidos, como o risoto de costelinha com toque de limão cravo e onion rings (R$ 39), O cardápio tem assinatura do chef Alexandre Cymes, um dos proprietários da casa. Recomendadíssimo (e ainda estou aguando pensando que na próxima visita experimentarei a rabada…)!

Cervejaria Nacional
Avenida Pedroso de Moraes, 604 – Pinheiros – São Paulo
Tel: (11) 4305-9368
Domingos, Terças e Quartas das 18h às 23h
Quinta das 18h às 24h
Sextas e Sábados das 18h às 01h30