setembro 2008 archive

Eleições 2008

Sei que o horário polí­tico deve estar torrando a paciência de muita gente (é incrí­vel como eles metem descaradamente nas propagandas).

Mas o voto é obrigatório e eu acredito que todos devem manifestar sua opinião nas urnas, sempre buscando que é melhor para nossa cidade, mesmo quando a gente acha que nenhum dos candidatos é exatamente o que queremos.

Pra ajudar nessa escolha o Gastronomia e Negócios está com um especial sobre as eleições, com as idéias e propostas dos candidatos a prefeitura de São Paulo para a área da gastronomia. Confira aqui.

Uma babel de sotaques, culturas e temperos

Por Flávio Azevedo

Minha famí­lia é no mí­nimo pitoresca. Minha mulher é pernambucana, mas mudou para São Paulo quando pequena e adotou Sampa como sua, mas sem deixar as raí­zes nordestinas de lado, hoje ela é a paulista mais pernambucana que eu já vi. Eu sou carioca e mudei para São Paulo para me casar com ela, mas jamais deixei meu jeito malandro-carioca de lado. Ou seja, nossa casa é uma babel de sotaques, culturas e temperos. No último domingo resolvemos convidar uns amigos para um almoço nordestino em casa, era uma boa chance dela relembrar suas raí­zes e uma excelente chance de eu me ferrar. (Ops! Luz vermelha piscando). O domingo começou cedo, ela levantou toda espuleta gritando “vamos ao mercado, já são 9h e eu não comprei nada para o almoço, anda, levanta”. Eu só conseguia pensar onde estava o botão que desligava aquele despertador de voz fina. Como não encontrei o botão, só me restou levantar emburrado por ser acordado cedo em pleno domingo!

No mercado o meu único papel foi o de empurrar o carrinho e dividir a conta do mercado. Ela corria de um lado para o outro, me mandava pegar o coentro (COENTRO, o que é um COENTRO pelo amor de Deus? Desde quando isso existe? É de comer?), depois de 10 minutos procurando, apelei para os universitários e consegui achar o tal do coentro.

Já em casa, com sacola para todos os lados, panelas e facas nas mãos ela incorporou o Hitler que existe dentro daquele ser de apenas 1,63m e mandou ver.

O cardápio escolhido foi carne seca acebolada, farofa de ovos, purê de macaxeira (aprendi a falar pernambuquês com ela), arroz e feijão fradinho no vinagrete.

Acontece que o cardápio escolhido por ela (guardem isso, ela escolheu) era trabalhoso e depois de uma hora na cozinha começou a bater o desespero na coitada, achando que não ia dar tempo de acabar tudo antes das visitas chegarem.

Eu, que não sei cozinhar nada além de miojo, depois de ouvir alguns gritos de desespero, me prontifiquei a ajudar.

“Você quer me ajudar? Então corta tomate, cebola e pimentão. BEM PEQUENO OK! Mas corta ali, sentadinho, nada de ficar andando pela minha cozinha!”

Muito obediente, sentei no banquinho lá no canto e pacientemente cortei tudo. Claro que demorei quase uns 40 minutos para isso, enquanto ela resmungava um dialeto estranho ao esmagar o aipim (na minha terra macaxeira é aipim) para fazer o purê. Claro que ela é muito mais rápida que eu e no fim o almoço ficou pronto a tempo.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. O saldo do foi ótimo, mas assim que as visitas saí­ram ela virou pra mim e disse “nunca mais eu invento um cardápio nordestino em toda minha vida, aproveite bem os restos, nunca mais vou fazer isso, oh trabalho do cão”.

Momento nostalgia

Ontem fui com a Talita Mariano passear no shopping antes de irmos pro Lapinha, boteco que vou falar num próximo post, quando nos deparamos com as embalagens novas dos fermentos Royal e Dona Benta, no mercado Záffari, no shopping Bourbon.

As duas se perguntaram:

– Por quê? A gente não vai mais usar as colherzinhas para abrir (e entortá-las) a tampa do fermento. A embalagem era tão bonitinha…

Não gostei nem um pouco da embalagem… quero a antiga de volta!

Comiendo en Barcelona

Daqui exatamente uma semana eu estou viajando para Barcelona, considerada a cidade mais gastronômica do mundo!

Entre todos os meus medos e ansiedades, é óbvio que tem também o receio das comidas que eu vou encontrar por lá.

A Jaci me deu um guia lindo de restaurantes de lá e eu me comprometo a visitar alguns e postar aqui.

Em um outro guia de viagem que minha mãe me deu, tem alguns pratos tí­picos da Catalunha. Olha só que eu provavelmente vou desgustar por lá:

Arròs negre: é o prato com arroz mais famoso da Catalunha. Originário da Costa Brava, combina arroz, lula, tamboril, mariscos, cebola, alho, tomates, caldo de peixe, azeite de oliva e a tinta da lula.

Amanida: salada que combina legumes com queijo, carne defumada, peixe ou mariscos.

Botifarra amb mongetes: linguiça preta grelhada com feijão branco.

Esqueixada: salada com bacalhau, cebola e pimentões.

Llagosta i pollastre: lagosta e frango ao molho de tomate e avelã.

Parrillada de mariscos: camarão e lagosta grelhados e servidos com maionese de alho.

Pollastre rostit amb samfaina: frango assado com samfaina, combinação de verduras da Catalunha.

Crema catalana: creme de ovos com açúcar caramelado.

Coca de Sant Joan: bolo fermentado, coberto de frutas cristalizadas.

Suquet: guisado de peixe, mexilhão e camarão.

Canelons a la barcelonesa: cannelloni com fí­gado de frango e carne de porco.

Paella: arroz, frutos-do-mar e carnes de frango e porco.

Fideus a la cassola: macarrão, pimentão, costeleta ou lombo e linguiça.

Casa Boa Mesa

O prazer de receber bem é o mote de um evento que envolve gastronomia e decoração, o Casa Boa Mesa. Com o tema “Temperos do Brasil” e homenagem a Alex Atala, traz mais de 50 espaços assinados por renomados arquitetos, decoradores e paisagistas.

” O Casa Boa Mesa reunirá o melhor da gastronomia com o melhor da decoração” sintetiza João Doria Jr., presidente da Casa Cor. “O evento será uma opostunidade para o grande público encontrar referência em gastronomia e decoração, com as últimas tendências, produtos, tecnologias e soluções para aprimorar a arte de receber no dia-a-dia”, completa.

O evento ainda conta com cursos e workshops ministrados por grandes chefs: Morena Leite, Rodrigo Oliveira, Denis Delaval, Andrea Kaufmann, Fabrice Lenud, Alex Atala, entre outros. As aulas custam R$130 e os workshops R$180.

*Update: Aqui tem fotos exclusivas.

Casa Boa Mesa
Endereço: Jockey Club de São Paulo – Avenida Lineu de Paula Machado, 775
De 10 a 30 de setembro de 2008
Ingressos: R$30 (adultos de segunda a sexta) e R$40 (sábado e domingo)