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Ni Hao!

Por Mario Guanaes

É assim que serão recebidos aqueles que forem ao Banquete de Ano Novo no Jasmim. O cardápio especial para comemorar a data (oficialmente 10/02 na China) será servido entre os dias 9 e 17 de fevereiro. O chef Paulo Tung, filho de chineses, conta que a tradição, não muito diferente daqui, é reunir amigos e familiares em torno de uma mesa redonda (para que a sorte sempre fique no entorno), com abundância e fartura. E fartura é o que não falta: são quatro pratos frios servidos como entrada e nada menos que oito pratos quentes! Seguidos ainda por mais
duas ou três sobremesas.

Banquete de Ano Novo Chinês no restaurante Jasmim até o dia 17/2

Banquete de Ano Novo Chinês no restaurante Jasmim até o dia 17/2

É tanta comida que, me perdoem os fãs do texto cursivo, tomarei a liberdade de colocar em “bullets” para não me perder!

Entradas (pratos frios)

• Frango Cozido no gengibre com cebolinha e saquê

O tempero do prato é muito bom, mas tem que gostar de frango cozido. E com pele, como é costume deles. Não é o meu caso, mas jamais deixaria de provar!

• Folha de Soja enrolada e cozida em temperos especais

Tinha tudo pra ser um prato sem graça, mas definitivamente vale cada pedacinho. Lembra tofu, só que com gosto (rs!).

• Peixe cozido com shoyu, gengibre e gergelim

Nem parece cozido, vem fatiado e sequinho, parece frito. Muito gostoso mesmo e quase sem espinha.

• Água viva coberta com frango desfiado

Não foi servido na degustação, o maître explicou-nos que, por não estar fresca no fornecedor, preferiram não preparar.

Pratos Quentes

Todos servidos com arroz branco, o Gohan típico, que sinceramente, diante de tantas e tão saborosas preparações, só serviu mesmo pra acompanhar os molhos fartos e deliciosos e dar uma limpada no paladar antes de atacar o próximo prato!

• Camarão ao molho branco com saquê

Embora eu às vezes tenha uma tendência a ser entusiasta, raramente exagero. E sem nenhum superlativo, é uma das melhores receitas com camarão que comi na vida (e não foram poucas, sou doente pelo bichinho!). E nunca pensei que camarão, que é tem um sabor mais adocicado, pudesse combinar tão bem com ervilha torta. Farei sempre agora!

• Charuto de folha de soja com carne suína ao molho de cebola, bambu e champignon

De comer rezando, principalmente para os fãs do guioza, pois os recheios são bem parecidos. A apresentação e a textura da folha de soja lembram muito o charuto dos libaneses. E o molho… ah, o molho! Um capítulo à parte nesse prato: levemente adocicado, contrastando com o gengibre e a
carne de porco, sensacional!

• Pato defumado, servido com pão chinês branco

A vida inteira tive um preconceitosinho com pato. Perdi. Se entendi direito o que falava o chef Paulo do outro lado da mesa, este prato demora três dias para assar. E, acreditem, vale cada minuto. Muito bem temperado e com aquele laqueadinho por fora que faz toda a diferença. O pão é gostoso, fofinho como o nosso sovado, mas achei meio adocicado para acompanhar pato.

• Frango com linguiça doce

Vamos e venhamos, linguiça doce não é uma coisa que se ouve por aí, todos os dias. Mas esse é um prato que vale a Aventura Gastronômica da vez! Confesso que o frango até fica meio apagado com essa linguiça por perto! Nunca gostei muito de frango cozido, mas esse no vapor até que é bem gostosinho.

• Cabeça de Leão

Acredito que não há uma só mente “formada” na cultura ocidental que, ao ouvir o anúncio desse prato, não pense logo em alguma “bizarrice oriental”. Afinal, eu já estava preparado até para comer águas-vivas! Mas, para alívio e agradabilíssima surpresa, trata-se de almôndegas de carne suína (!), acompanhada com (mais um) maravilhoso molho. Acredito que esse e o prato com camarões sejam os dois pontos altos do banquete.

• Peito de Frango e aspargos

Com tempero exclusivo e secreto do Paulo, quase compete com as Cabeças de Leão. Legumes cozidos no ponto certinho, com aquela crocância oriental típica e o frango bem seladinho. Delícia e bem leve, quase light (rs).

• Tofu temperado

Uma mostra de que a tradição exige que o banquete tenha fartura, esse Tofu é acompanhado por nada menos que presunto, lombo, frango e camarão. Não gosto muito nem de tofu nem de muitos grupos de carnes no mesmo prato, mas ainda assim é um prato saboroso e vale a experiência.

Sobremesas

• Arroz doce chinês

Não, não espere que se assemelhe ao nosso típico paladar junino: feito com moti, tem aquela pitadinha ácida do vinagre de arroz, e menos doce que o nosso. Vem recheado (sim, o pudim de arroz é recheado) com doce de feijão preto (azuki, aquele dos docinhos japoneses) e coberto de
frutas cristalizadas, passas e calda. Lindo e completamente fora do nosso padrão de sobremesas. Divino.

• Ameixa recheada

A outra opção de sobremesa é a ameixa (daquelas amarelinhas) recheadas com o arroz doce acima. Também bem gostosas e ainda mais bonitas à mesa.

Banquete de Ano Novo Chinês no restaurante Jasmim

Banquete de Ano Novo Chinês no restaurante Jasmim

Para acompanhar tudo, são servidos dois molhinhos de pimenta, um MUITO picante, acredito eu que com malaguetas frescas, COM SEMENTES! O outro, tive a impressão de que é feito com pimentas defumadas, bem menos picante e mais saboroso. Mas ainda assim, ambos “apenas para os fortes”. Ou para chineses, tailandeses, indianos e mexicanos! (rs)

Enfim, muita comida, muitos aromas, e temperos, e sabores, e cores, e texturas e… muita cultura. É fantástico saber a razão de ser de cada prato, de cada ingrediente, na culinária e na cultura chinesa como um todo. Tantos detalhes que, confesso, escaparam à minha memória. Mas com as mãos ocupadas com ohashis e taças, e os sentidos extasiados, não há como se concentrar em outra coisa que não o que está no prato.

O Banquete de Ano Novo estará no Jasmim entre dos dias 9 e 17 de fevereiro de 2013 e tem um valor único de R$120 por pessoa. Que não me acusem de “gastão” os que acharem que de novo estou justificando o valor de um cardápio, mas vamos lembrar que são 12 pratos FARTOS mais as sobremesas, com combinações de ingredientes e temperos ora muito tradicionais, ora exclusivos.

E que eu não soe entusiasta demais, de novo, mas esqueça o fast-food: parece-me que não se conhece a culinária chinesa (sem ir pra China, claro), até que se conheça um restaurante como o Jasmim.

Restaurante Jasmim
Aberto de segunda a domingo, das 6h às 23h
Rua Galvão Bueno, 700 – Liberdade -SP
Informações e reservas: +55 11 3385 3405

Japonês na França

Como o Ano Novo chinês é comemorado amanhã, a professora assistente de chinês (sim, aqui na França é possível estudar chinês no Ensino Médio) que trabalha na mesma escola que eu me convidou pra jantar num restaurante chinês na última quarta.

Quando telefono pra ela dizendo que ia me atrasar, ela me diz que o restaurante chinês estava fechado (?!) e que iríamos em um japonês. Desde que cheguei aqui (e faz 4 meses hoje) ainda não tinha ido em um restaurante japonês.

A primeira surpresa – no cardápio constava um “barbecue” (churrasco) com opções de carne ou peixes. Como assim churrasco em restaurante japonês?

Trouxeram para mesa esse aparelho e a carne crua, e você mesmo grelha a carne. É uma delícia! A carne era macia e tinha um tempero gostoso e o restaurante contava com exaustores acima das mesas. Mas não tenho ideia de onde vem a tradição, China? Japão? Coreia? Vietnam?

Vocês não imaginam a minha surpresa ao colocar o nome do restaurante no Google  (Yakiniku) e descobrir é o nome de um prato japonês. É um método de cozimento de legumes e carnes numa placa de cozimento (à gaz, eletricidade ou carvão) que tem origem num tipo de churrasco coreano. Só o Google salva.

Como não tinha ideia de como era o tal churrasco, optei por um combinado que tinha salada e misoshiru (com cogumelos fatiados dentro) como entrada e como prato principal um bowl com arroz e sashimi de salmão (14,50 euros).

O salmão estava super fresquinho e o arroz estava muito bom! Detalhe, o gengibre tinha a mesma cor do salmão, porque eles marinam em algum molho.

As outra meninas pediram espetinhos (“brochettes”) variados (14,50 euros também com a entrada).

Apesar de um pouco caro para o nosso budget, todo mundo saiu do restaurante satisfeito.

Yakiniku

11, Boulevard de Strasbourg – Toulouse

Comida de dragão

Hoje fui ao cursinho, no bairro da Liberdade, e vi que a praça e a rua Galvão Bueno estão decoradas para a comemoração do Ano Novo Chinês.  O 4710o ano desse calendário é representado pelo dragão.

Não só na Liberdade, mas também em outros pontos da cidade, acontecem demonstrações de dança, artes marciais e apresentações musicais.

Especialmente, no tradicional bairro oriental de São Paulo, estão montadas barraquinhas de artesanato e, é lógico, pratos tradicionais. Nessa ocasião, a comida mais típica é um bolinho cozido, chamado jiaozi.

Para quem não puder dar um pulo até a festa e experimentar o bolinho, dá para tentar fazer em casa.

Jiaozi

Ingredientes para a massa:

500g de farinha de trigo
200ml de água morna
1 colher de chá de sal

Em uma tigela, coloque a farinha e o sal e vá acrescentando a água aos poucos, mexendo sempre até que a mistura fique homogênea. A massa não pode ficar pegando; ela deve se desgrudar facilmente dos dedos.

Depois de pronta, deixe-a descansar por 30 minutos na tigela tampada e polvilhada com farinha de trigo.

Polvilhe farinha de trigo sobre uma superfície lisa e abra a massa até deixá-la bem fina. Depois, com a boca de um copo, corte-a em círculos concêntricos.

Ingredientes para o recheio de carne:

1kg de carne moída (preferencialmente de porco)
1/3 de um pé médio de acelga
1/3 de um pé médio de repolho
3 dedos de gengibre ralado
1 colher de sopa de molho shoyo
1 colher de café de vinagre de arroz chinês
Sal a gosto
Glutamato monossódico (Ajinomoto) a gosto

Em uma tigela, misture a carne com o gengibre. Acrescente o sal, o shoyo e o vinagre. Incorpore à mistura o repolho picado e a acelga. É importante que todos os vegetais estejam bem picados para que não perfurem a massa do jiaozi.

Pegue a massa cortada em círculo e a coloque no centro de sua mão. Sobre ela, largue uma colher de café do recheio. Feche primeiro a massa no centro superior e, depois, comece a fechar um dos lados com pequenas dobrinhas. O processo é semelhante ao do pastel. Certifique-se de que a massa esteja bem fechada, para que o ravióli não abra durante o cozimento. Coloque-os sobre um prato polvilhado com farinha de trigo (a farinha vai garantir que os jiaozi não grudem durante a fervura).

Na água fervente, mergulhe os raviólis um a um e tampe a panela. Quando voltar a ferver, acrescente um copo de água fria. Repita o processo por duas ou três vezes (para recheios de carne, é aconselhável deixar ferver por três vezes). Retire-os da água com uma escumadeira e sirva quente (jiaozi frio faz mal para o estômago!), acompanhados do molho.

Ingredientes para o molho:

1 porção de molho shoyo
1 porção (igual) de vinagre de arroz chinês (escuro)
Cebolinha picada a gosto
Sal a gosto

Se quiser, esmague também um dente de alho e acrescente à mistura.

No site da Rádio China Internacional, tem um vídeo explicando passo a passo.

Para conhecer a programação da festa, visite o site oficial do evento.